O setor de energias renováveis está menos otimista em relação ao crescimento do mercado em 2025, conforme aponta a 14ª pesquisa “Energy Industry Insights” da consultoria DNV. O estudo revela que 74% da indústria renovável está otimista sobre as perspectivas de crescimento para o próximo ano, uma queda em relação aos 86% registrados há dois anos.
Entre fevereiro e março deste ano, a DNV entrevistou 1.289 profissionais seniores das indústrias de óleo e gás, energia elétrica, renováveis, consumidores industriais e outras áreas da indústria de energia. Participaram da pesquisa gestores da Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio, África e América do Norte.
Principais desafios
Os profissionais do setor renovável apontam a falta de políticas governamentais ou de financiamento como barreiras significativas ao crescimento, além de questões de licenciamento e infraestrutura inadequadas.
Entre os entrevistados, 70% afirmaram que a infraestrutura da rede elétrica ainda não consegue transportar adequadamente as fontes de energia renovável para áreas de alta demanda. Apenas 21% consideram que o atual planejamento da capacidade de transmissão é suficiente para permitir a expansão das energias renováveis.
“Estamos vendo muitos desafios surgirem ao fornecer uma grande quantidade de infraestrutura em um período de tempo relativamente curto”, afirma Jacqui Bridge, gerente geral de Energy Futures da Powerlink Queensland, operadora australiana de redes de transmissão.
Segundo Bridge, há dificuldades em relação à quantidade de mão de obra qualificada, cadeias de abastecimento de materiais, permissões de planejamento e aprovações ambientais e regulatórias. “O governo está procurando ativamente como podemos agilizar as aprovações, fazendo as coisas muito mais em paralelo do que em série”, acrescentou.
O crescimento incessante das energias renováveis está levando o setor a uma nova era, marcada por desafios como questões da cadeia de abastecimento, custos crescentes, pressão competitiva (tanto de rivais quanto de fontes ou serviços alternativos), atrasos em permissões e a sustentação do crescimento sem subsídios e incentivos fiscais.
De acordo com a pesquisa, a indústria ainda não parece preparada para abraçar uma era com menos apoio governamental. A maioria dos entrevistados (73%) acredita que são necessários mais incentivos e subsídios governamentais relacionados com as energias renováveis e a redução das emissões.
“Estamos agora nos afastando dos subsídios governamentais para as energias renováveis e nos aproximando de acordos de compra de energia e pagamentos de capacidade”, comenta Gerard Reid, cofundador da Alexa Capital, um banco de investimento focado na transformação energética.
Ele destaca que os proprietários de ativos renováveis podem precisar adicionar baterias para continuar rentáveis, algo que anteriormente não era necessário. “Este tipo de mudança torna os desenvolvedores e produtores independentes de energia mais cautelosos”, completou Reid.
Perspectivas
Em 2024, pela primeira vez, as energias renováveis variáveis (dominadas pela energia solar fotovoltaica e eólica) irão gerar mais eletricidade do que a energia hidrelétrica.
Em 2025, todas as energias renováveis juntas irão gerar mais eletricidade do que o carvão, enquanto o vento por si só produzirá mais eletricidade do que a energia nuclear.
Em 2026, a energia solar fotovoltaica também superará a geração de eletricidade nuclear e, até 2028, espera-se que os recursos de energia renovável gerem 42% de toda a eletricidade globalmente.
Apesar deste aumento espetacular, o mundo ainda depende fortemente do carvão, do petróleo e do gás natural, que abastecem cerca de 80% da energia global total.
A demanda por eletricidade está crescendo mais rapidamente do que a produção de eletricidade renovável, o que significa que as energias renováveis só ganharão quota de mercado a partir dos combustíveis fósseis no início da década de 2030.
Clique aqui para ter acesso ao estudo completo em inglês.
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