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Modelo global para smart cities será criado em MG para fomentar uso do oxigênio verde

Carmo do Cajuru abrigará centro de inteligência que integra ainda projetos de armazenamento, energia solar e telecomunicações por satélite

Autor: 3 de outubro de 2023Projetos
6 minutos de leitura
Modelo global para smart cities será criado em MG para fomentar uso do oxigênio verde

Cidade de Carmo de Cajuru conta com um dos mais importantes modelos de PPP de cidades inteligentes do mundo. Foto: Reprodução

A prefeitura de Carmo do Cajuru, localizada no estado de Minas Gerais, irá firmar uma PPP (Parceria Público-Privada) com empresas, investidores e grupos tecnológicos para a criação de um modelo global para cidades inteligentes que visa combater as mudanças climáticas.

A iniciativa irá integrar diversas tecnologias como, por exemplo, energia solar, baterias, telecomunicações por satélite, produção de alimentos orgânicos com iluminação led e, principalmente, iniciar o conceito de oxigênio verde.

De acordo com os dirigentes do Grupo Hummano, o que tornou viável o projeto foi o trabalho conjunto de técnicos, pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Edson Vilela, arquiteto e prefeito de Carmo do Cajuro, que juntos estão formando um grupo de estudo avançado de PPPs de alto impacto climático e geradores de oxigênio verde. A ideia é fomentar o uso dessa modelo e método no Brasil e no mundo.

“Todos que conhecem o papel das florestas e plantas sabem que, para diminuirmos o volume de gases de efeito estufa na atmosfera, não basta diminuir suas emissões, precisamos também contribuir com a natureza, em seu trabalho básico, e ampliar a produção e emissão do oxigênio a partir de esforços humanos com ações naturais do meio ambiente”, disse Vilela.

“Ou seja, ao invés de concentrarmos recursos imensos unicamente para produção de hidrogênio verde, temos que diversificar e buscar outras soluções e tecnologias conhecidas há décadas mais viáveis economicamente capazes de produzir e armazenar energia de forma eficiente e de baixo custo em qualquer região do planeta, principalmente nos países em desenvolvimento que não causaram o aquecimento climático”, ressaltou.

De acordo com ele, o país não pode mais ficar dependente com uma única fonte de energia, “principalmente depois de toda história com o petróleo, industrialização e informatização que geraram os grande problemas climáticos, concentração de riqueza e de criminalidade cibernética que afetam muito mais a que quem tem muito menos”.

Sistema de energia solar utilizado na PPP. Foto: Reprodução

Sistema de energia solar utilizado na PPP. Foto: Reprodução

Soluções híbridas empregadas

Durante a assinatura da segunda fase do projeto de Cajuru, a cidade atingirá mais de 95% de economia de eletricidade, graças a um sistema inovador de armazenamento que combina de varias formas baterias de lítio, supercapacitores e células de hidrogênio.

O município, que possui 24 mil habitantes, também contará com um sistema de armazenamento de energia de pequeno porte, a partir de ar comprimido, com 70% de eficiência, bem como Telecom via satélite, com foco nas empresas da cidade e nômades digitais que necessitam de internet rápida e segura.

Além disso, haverá um espaço de produção horizontal de vegetais e frutas orgânicas em 1 a 2 hectares de área, usando iluminação LED, sistema que economiza 90 % de água. Conforme porta-voz do Grupo Hummano, a solução, que envolverá comunidades de baixa renda, receberá o sistema Agroled – baseado no Mirai de hortas horizontais, implantado em Tóquio há 7 anos – que integra energia solar e iluminação LED.

“Para efeito de comparação, a Mirai, empregando 40 funcionários, produz cerca de US$ 400 mil por ano de alfaces orgânicos, em apenas ½ hectare de área útil, em um prédio de 13 andares, no centro de Tóquio, enquanto uma fazenda de soja no Brasil produz apenas três mil dólares/hectare/ano, criando grandes danos ambientais e climáticos e gerando apenas um emprego a cada 100 hectare”, exemplificou.

O executivo afirmou ainda que a iniciativa terá também a implantação de um pequeno projeto Agro Florestal, que servirá tanto de demonstração para outras cidades como para produção de mudas para reflorestamento nativo.

“Este projeto seguirá o modelo do SAFTA – Sistema Agro Florestal, implementado pela Bunkyo, do Japão, há mais de 70 anos na região de Tomé-Açu, no Pará, com objetivo de produzir frutas e condimentos de valor agregado e também gerar emprego e renda para as comunidades locais, mantendo a floresta em pé”, explicou o especialista.

Armazenamento de energia com ar comprimido de Elon Musk, na Austrália. Foto: Reprodução

Armazenamento de energia com ar comprimido de Elon Musk, na Austrália. Foto: Reprodução

Tecnologias utilizadas no projeto

Segue, abaixo, a lista de tecnologias, inovações e serviços que estarão presentes na fase 2 da PPP em Cajuru, que já são conhecidas e testadas pelo Grupo Hummano há mais de 15 anos e estão documentadas no livro Bright Green Book 1 (BGB1), lançado em 2010 com apoio da ONU, vários países e empresas.

  • Telecom via satélite;
  • Armazenamento de energia via: supercapacitores, baterias de lítio de alta durabilidade, ar comprimido e concentradores solares;
  • Produção de energia via: minicélulas de hidrogênio; miniturbinas eólicas; miniturbinas de fluxo hídrico e energia solar;
  • Transmissão de internet ultrarrápida para interior via Led – Li-FI;
  • Transmissão de dados (Banda Larga) sem fibra óptica – Fluid Mesh;
  • Hortas horizontais de cultivo orgânico ultrarrápido com inovação brasileira Agroled combinada com uma agro comunidade;
  • Mobilidade elétrica para serviços públicos;
  • Serviços públicos online: saúde, educação, prefeitura;
  • Coworking comunitário para inovação, empreendimentos verdes e nômades digitais.
Carmo do Cajuru antes e depois da iluminação LED. Foto: Reprodução

Carmo do Cajuru antes e depois da iluminação LED. Foto: Reprodução

Detalhes da Fase 1

A primeira fase foi desenvolvida pelo Grupo Hummano em 2018 e se tornou um dos mais importantes modelos de PPP de cidades inteligentes do mundo, reconhecido pela ONU. Este fato aconteceu ao mesmo tempo que a companhia desenvolvia um modelo de eficiência energética em iluminação pública, que foi vencedor na PPP de cidade inteligente do Rio de Janeiro.

Uma das razões para este mérito deve-se ao fato de ser a única cidade inteligente que alcançou 5 ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), nomeadamente: energia limpa e acessível, trabalho digno e crescimento econômico, indústria, inovação e infraestrutura, cidades e comunidades sustentáveis.

Cerimônia de assinatura

No dia 4 de outubro, em um evento ao vivo e online, promovido pela Unicamp, o Grupo Hummano, a INOVA e o Fórum das Américas irão assinar a PMI para iniciar os estudos da realização da segunda fase da PPP de Carmo do Cajuru.

“O modelo a ser implantado em Carmo do Cajuru será importantíssimo para mostrar soluções que tornem pequenas e médias cidades quase autossuficientes, com projetos de armazenamento de energia, produção de alimentos orgânicos e telecomunicação via satélite, sendo modelo de cidade inteligente e mais verde para ser replicada mundialmente”, destacou o prefeito Edson Vilela.

“Essas tecnologias e inovações vão estar na PPP de Cajuru e também farão parte das demonstrações no smart campus da Unicamp e do projeto CIC (Centro de Inteligência Climática)”, concluiu o coordenador técnico do Hummano.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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