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Mudanças no mercado chinês podem afetar preços dos módulos fotovoltaicos no Brasil

China pode ter reflexos no setor solar no Brasil quando o assunto é módulos solares

Autor: 6 de julho de 2020setembro 30th, 2020Brasil
3 minutos de leitura
Mudanças no mercado chinês podem afetar preços dos módulos fotovoltaicos no Brasil

O governo chinês planeja eliminar os FITs (Feed-In-Tariff) e subsídios para a energia solar a partir de 2021. O anúncio foi feito por Ru Jialin, pesquisador do Departamento de Assuntos Públicos da CPIA (Associação da Indústria Fotovoltaica da China), durante lançamento do relatório Global Market Outlook 2020-2024 da Solar Power Europe.

O especialista em mercado fotovoltaico Márcio Takata, diretor da Greener, aponta que a eliminação dos incentivos dos FITs na China pode ter reflexos no setor solar no Brasil quando o assunto é módulos solares. Segundo Takata, se o plano do governo chinês realmente se concretizar, o país poderia ter uma menor demanda na compra de módulos, o que contribuiria para a manutenção ou redução no preço mundial dos mesmos.

“Essa redução dos FITs muda o modelo de compensação de energia na China. Sendo o mercado chinês muito importante, pode-se ter reflexos no preço dos módulos fotovoltaicos no Brasil e em outros países”, explicou Takata.

Já Fernando Castro, diretor de vendas da Risen, afirmou que o cenário é incerto.O fim dos subsídios no mercado interno chinês poderia elevar a exigência de qualidade das células e módulos mono PERC. O setor em 2021 sofrerá grandes alterações, que em breve saberemos dizer com mais clareza”.

Daniel Pansarella, gerente de vendas da Trina Solar no Brasil, ressalta que o governo chinês sempre cogita eliminar os FITs, “mas depois lançam outros modelos de pacotes de subsídios”.

Sobre a China

Dados da CPIA apontam que a China alocou neste ano 1,5 bilhão de RMB (cerca de US$ 211 milhões) para incentivos no mercado solar, dos quais 500 milhões de RMB (cerca de US$ 71 milhões) são alocados para energia solar em telhados residenciais e 1 bilhão de RMB (cerca de US$ 142 milhões) para projetos fotovoltaicos em outras modalidades. Em comparação com 2019, o orçamento de subsídios foi reduzido em 50%, de 3 bilhões de RMB (cerca de US$ 427 milhões).

O órgão também divulgou suas expectativas de crescimento para o setor solar em 2020 e para os próximos cinco anos. Para 2021 e 2022, o mercado solar chinês deverá ver mais volumes com 40 e 50 GW, respectivamente. Mas, somente em 2023, a demanda solar deverá exceder os níveis alcançados em seu ano recorde de 2017, no qual 53 GW foram implantados. Assim, a previsão é de cerca de 60 GW em 2024 e 65 GW em 2025.

O que é o FIT?

O FIT são tarifas, subsidiadas pelo governo, estabelecidas com contratos de longo prazo, geralmente maiores que 15 anos, para a geração por fonte renovável de energia, independentemente de sua utilização (autoconsumo ou para exportação).

O valor da tarifa (em unidades monetárias por kWh) é estabelecido pelo governo com base no custo de geração, a depender da fonte e do tipo de instalação, por exemplo. O incentivo à produção de energia vem do fato de que o valor pago pela energia injetada na rede é maior que o da comprada da distribuidora.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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