O&M é indispensável para usinas de energia solar fotovoltaica

Durante o 2º dia do Canal Conecta, especialistas participam de painel de discussão sobre operação e manutenção
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Leandro Figueiredo, gerente de Operações e Manutenção da Siemens Energy. Foto: Canal Solar

O serviço de O&M (Operação e Manutenção) de usinas fotovoltaicas é indispensável para qualquer cliente. É o que afirmou Leandro Figueiredo, gerente de Operações e Manutenção na Siemens Energy.

O tema foi debatido durante o segundo dia do Canal Conecta, congresso realizado pelo Canal Solar, que está sendo realizado no Centro de Convenções da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas).

Durante a palestra, que começou por volta das 10h30, o especialista discorreu sobre a supressão de vegetação e supressão mecanizada, novas tecnologias e softwares. “Ou seja, tudo que envolve O&M”.

“É essencial que as manutenções sejam realizadas, que tenha uma operação de qualidade para garantir indicadores de performance do projeto e disponibilidade de performance ratio para que se consiga fazer uma entrega mensalmente, garantindo assim todo o faturamento do proprietário”, ressaltou.

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Aterramento e SPDA

Após a palestra de Figueiredo, foi realizado um painel de discussão com a presença de Paulo Edmundo Freire, professor do Curso de Aterramento do Canal Solar e sócio diretor da Paiol Engenharia, Victor Soares, engenheiro da JA Solar, e Mauro Sirtoli, gerente de Energias Renováveis na Weidmueller.

Freire abordou a importância do sistema de aterramento e proteção contra raios para o bom desempenho de uma usina solar. “Ontem, na palestra sobre mudanças climáticas, Vitor Hassan, head de energia do Grupo Climatempo, discorreu sobre a expectativa de aumento de temperatura, e com isso existe também a expectativa de aumento de queda de raios”.

“Então, a questão do aterramento e proteção contra raios se vê com importância crescente neste cenário de aquecimento global. O aterramento é a referência de terra para todo sistema que está sendo implantado. Tanto o funcionamento das placas, inversores, todos têm que ter uma referência para terra, e o aterramento dá essa referência”, pontuou.

O professor ainda comentou que quando se fala em proteção contra raios é preciso pensar que a usina fotovoltaica é uma instalação aberta ao tempo, de grande área, portanto com nível de exposição muito elevado aos raios que precisa de uma série de cuidados, já que são equipamentos eletrônicos.

“No caso, precisa-se de uma série de cuidados para diminuir a vulnerabilidade da instalação aos raios, pois não dá para eliminá-los. Não existe proteção 100% contra os raios, mas temos condição de diminuir muito os eventos de danos quando ocorre uma queda dos mesmos”, disse.

Painel de discussão sobre O&M. Foto: Canal Solar
Painel de discussão sobre O&M (Operação e Manutenção). Foto: Canal Solar

Opex e boas práticas

Ao longo do evento, Sirtoli ainda destacou a importância de nas usinas fotovoltaicas não olhar somente para o CAPEX, mas também para o OPEX – que é o que vai dar uma redução de rentabilidade muitas vezes a longo prazo.

“A gente tentou mensurar isso e mostrar como podemos viabilizar e dar a devida importância para o O&M na hora de fazer um fechamento de um obra”, finalizou.

Já Soares focou, principalmente, na correta utilização do equipamento, no caso dos módulos fotovoltaicos, e de se fazer um bom projeto de aterramento. “Falar da compatibilidade dos equipamentos também é fundamental. Todos precisam estar falando a mesma ‘língua’, de certa maneira”.

“Boas práticas são essenciais para diferentes projetos, seja de GD (geração distribuída) ou de utility-scale. Essas dicas são muito importantes para levar em consideração para qualquer tipo de projeto, desde o desenvolvimento até a implantação”, concluiu o engenheiro da JA Solar.

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.
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