ONS aponta que Brasil terá déficit de potência elétrica em novembro

Em pior cenário, Governo Federal terá que importar energia de países vizinhos para suprir demanda energética

O aumento da demanda elétrica vai elevar a necessidade de o Governo Federal realizar a contratação emergencial de energia, importação e flexibilização da operação de hidrelétricas no segundo semestre deste ano. Foi o que apontou uma nota técnica, divulgada nesta quinta-feira (22), pelo ONS (Operador Nacional do Sistema).

O documento foi elaborado após uma solicitação feita pelo MME (Ministério de Minas e Energia). A atualização considerou dois cenários distintos (um conservador e outro não) e identificou que, em ambos os casos, existe o risco de déficit de potência elétrica entre os meses de outubro e novembro. 

O estudo ressalta, contudo, que, mesmo assim, não há risco de desabastecimento no país, mesmo diante das piores sequências hidrológicas de todo o histórico de vazões dos últimos 91 anos. 

Apesar disso, o ponto que mais chama a atenção é o fato de que, no pior cenário possível, o Brasil poderá ter que importar 2 GW de energia para suprir a potência energética em novembro.

Além disso, mesmo no cenário em que ocorram sobras, a situação “não [é] muito confortável em função das diversas incertezas existentes, tais como nível de indisponibilidade térmica e limites de transmissão mais restritivos”, informa o ONS.

Cenários analisados

Na primeira simulação, a previsão de acionamento do parque termelétrico foi mais conservadora e não considerou o funcionamento de todas as unidades indisponíveis. Nesta hipótese, a pesquisa também considerou pontos como a flexibilização dos limites de transmissão e dos novos pedidos de flexibilização para as bacias de usinas hidrelétricas, além da maximização do despacho térmico fora da ordem de mérito. 

O segundo cenário, por sua vez, foi analisado com uma maior participação das térmicas, considerando a necessidade de importação de energia dos países vizinhos e o despacho térmico fora da ordem de mérito. Essa parte do estudo, ainda levou em consideração possíveis alterações nas flexibilizações já em vigor e também contemplou eventuais mudanças nos limites de transmissão definidos conforme os procedimentos de rede. 

Reservatórios

Com relação aos reservatórios brasileiros, as projeções realizadas pelo ONS estimam que é bem provável que algumas usinas  hidrelétricas cheguem em novembro com níveis de água abaixo das mínimas históricas. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que responde por mais de 70% do consumo energético brasileiro, os índices poderão variar, por exemplo, de 10% a 12,6%. 

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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