O ONS voltou a destacar a necessidade de medidas para aliviar a pressão sobre o SIN (Sistema Interligado Nacional) com a publicação do PEN 2025 (Plano da Operação Energética), divulgado nesta terça-feira (8).
Entre as propostas em análise no documento está o retorno do horário de verão, suspenso em 2019, que poderá ser recomendado conforme as projeções de atendimento dos próximos meses.
O documento avalia as condições de atendimento ao mercado de energia elétrica no SIN entre 2025 e 2029, e alerta para possíveis dificuldades no suprimento da demanda de potência nos horários de pico, especialmente no fim do dia, caso não sejam realizados novos leilões de contratação de energia.
Justificativa
Segundo o ONS, a adoção do horário de verão poderia ajudar a reduzir a pressão sobre o sistema no período noturno, justamente quando a demanda por potência é elevada e fontes como a solar e a geração distribuída deixam de produzir energia.
Após ter sinalizado, em maio deste ano, a importância do adiantamento dos relógios como medida para aliviar o sistema elétrico, conforme noticiado pelo Canal Solar, o ONS volta agora a reforçar o debate com a divulgação do PEN 2025.
ONS reforça necessidade da volta do horário de verão no Brasil
O ONS também alega que as fontes intermitentes, como solar e eólica, não são suficientes para atender à demanda de potência nos momentos críticos do dia. Diante disso, afirma que será necessário o acionamento de usinas térmicas flexíveis para garantir a estabilidade do sistema.
Discussões sobre o retorno do horário de verão
O horário de verão foi abolido em 2019, com o argumento de que a economia de energia obtida com a mudança no relógio havia se tornado irrelevante. À época, o avanço de tecnologias mais eficientes e a alteração no perfil de consumo foram os principais argumentos usados para justificar o fim da medida.
Nos últimos anos, no entanto, especialistas e entidades do setor elétrico — como o próprio ONS — voltaram a defender a iniciativa, alegando que a medida poderia ser uma alternativa de gestão da demanda energética, principalmente em períodos de maior estresse no sistema.
A proposta voltou ao centro das discussões em 2023, quando o MME (Ministério de Minas e Energia) confirmou que encomendou estudos técnicos para avaliar os impactos da retomada da política.
As análises apontam que a mudança pode gerar benefícios não apenas em termos de economia de energia e redução do uso de termelétricas, mas também no melhor aproveitamento da geração solar.
Em outubro do ano passado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, convocou uma coletiva de imprensa para informar que o Brasil não retomaria o horário de verão em 2024, mas que a medida poderia ser adotada a partir de 2025 dependendo de novas análises. O tema, com isso, tende agora a ganhar novos capítulos nas próximas semanas.
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