Painéis solares pegam fogo em indústria no interior de Santa Catarina

Engenheiro reforça necessidade dos instaladores não negligenciarem normas técnicas e recomendações dos fabricantes
Painéis solares pegam fogo em indústria no interior de Santa Catarina
Foto: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação

Um sistema de energia solar pegou fogo em uma edificação industrial que fica localizada às margens da BR-101, em Araquari (SC), na manhã desta terça-feira (16). A extensão do telhado afetada pelas chamas foi de aproximadamente 30 m².

Segundo o Corpo de Bombeiros, foram necessários 15 mil litros de água para apagar o incêndio, com o auxílio de um caminhão e três linhas de mangueiras, montadas para iniciar o combate às chamas à distância. 

Após conter o fogo, a corporação aguardou a chegada de uma plataforma da empresa para poder acessar a área onde estavam instalados os painéis fotovoltaicos e realizar o rescaldo, evitando novas reignições. 

Foto: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação

Incêndios em instalações

Apesar da causa do incêndio ainda estar sendo apurada pelas autoridades locais, é importante que alguns cuidados sempre sejam tomados pelas empresas instaladoras para evitar acidentes em quaisquer instalações fotovoltaicas.  

Thiago Farias, engenheiro do Canal Solar, explica que grande parte dos problemas em circuitos elétricos estão relacionados ao subdimensionamento de cabos elétricos e falhas nas conexões, necessitando serem bem executadas.

“O problema de dimensionamento dos cabos elétricos, geralmente, ocorre devido a negligência na aplicação das normas técnicas, que no caso de sistemas fotovoltaicos são principalmente: a que diz respeito ao dimensionamento de cabos de baixa tensão (NBR 5410), aos requisitos de instalação de arranjos fotovoltaicos (NBR 16690) e os que especificam cabos para aplicação em sistemas fotovoltaicos (NBR 16612)”, pontua. 

Com relação aos conectores, o profissional destaca que o erro mais comum está no processo de crimpagem, sobretudo com o uso de ferramentas improvisadas, especialmente, martelos e alicates que não são recomendados pelo fabricante. 

“O correto é o uso de ferramentas próprias para cada tipo de conector, uma vez que a conexão elétrica entre o cabo e o conector depende do uso de equipamentos específicos. Alguns fabricantes, inclusive, indicam quais ferramentas devem ser utilizadas em seu manual de instalação”, enfatizou. 

O engenheiro salienta que deve-se realizar manutenções periódicas com a devida checagem e reaperto das conexões do sistemas instalado. 

Painéis solares pegam fogo em indústria no interior de Santa Catarina
Foto: Corpo de Bombeiros Militar/Divulgação
Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

2 respostas

  1. Bom dia!
    Não é só problemas de conectores. Já vistoriamos instalações com problemas de dimensionamento, com sobre carga nos MPPTs dos inversores, cabos C.C. na mesma calha com cabos C.A. Isso é muito comum. As concessionárias não observam esse fat, e o que aprovam é o Cadastro da Instalação, a compatibilidade do do disjuntor de proteção e a potencia instalada. Os CREAs por sua vez não fiscalizam nada. Então o que se vê, são completos absurdos nas instalações.

  2. Boa tarde,

    Gostaria de saber se nas placas eram realizados manutenções preventivas (termovisão) de maneira periodicas.

    Você recomenda essa ação e poderia sugerir uma reportagem da importância desse tipo de manutenção até o quadro principal de distribuição.

    E empresa especializada nesse tipo de serviço e profissionais .

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