O senador Eduardo Braga fez um discurso contundente nesta terça-feira (14) em defesa de um setor elétrico mais moderno e equilibrado, durante o primeiro dia de audiência pública para debater a Medida Provisória nº 1.304/2025, da qual é relator.
Segundo o parlamentar, o Brasil precisa investir em armazenamento de energia para sustentar a expansão das fontes renováveis. “Se nós queremos continuar incrementando as fontes alternativas de energia, nós precisamos investir em armazenamento de energia. A energia que não é firme é uma energia que tem um custo muito caro para a sociedade brasileira”, afirmou.
“A energia mais cara de todas é a que nós não temos. E não me venham com a história de que a energia alternativa é a mais barata. Ela será a mais barata se for firme, e ela só será firme se, no custo do megawatt-hora, estiver incluso o carregamento do armazenamento de energia”, completou.
O relator da MP 1.304/2025 também defendeu a retomada dos investimentos em projetos estruturantes, como grandes hidrelétricas. “Nós precisamos voltar a ter a capacidade de investimento em projetos estruturantes. O fim do mercado regulado não pode significar o fim da capacidade de financiamento da geração e da transmissão em alta e em subtensão, sob pena de estarmos levando o sistema elétrico e energético brasileiro à falência e à insegurança energética”, disse.
Braga ressaltou ainda que o país não deve abrir mão de nenhuma fonte de energia. “Nós não podemos desprezar nenhuma das fontes de energia. Não podemos desprezar a biomassa, as PCHs, não podemos deixar de discutir a questão dos reservatórios hídricos. Os reservatórios hídricos não têm apenas a função de geração de energia — eles têm a função de segurança alimentar, de abastecimento de água e de segurança nacional. Portanto, precisamos enfrentar de uma vez por todas esse preconceito que ficou lá atrás e que nós não temos coragem de enfrentar. Enquanto isso, fazemos investimentos gigantes em UHEs a fio d’água para gerar energia durante quatro meses, criando grandes desequilíbrios no setor”, discursou.
Por fim, o senador afirmou que o Brasil precisa encarar os custos políticos dessas discussões. “Nós não podemos olhar apenas para o nosso umbigo e achar que os nossos interesses estarão acima dos interesses da sociedade, do consumidor e da economia. Vivemos uma dicotomia no Brasil. O Brasil é um país que gera energia barata e, do outro lado, é um país que cobra uma das tarifas mais caras do mundo”, pontuou.
A MP 1.304/2025 trata de medidas para conter o crescimento dos gastos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e de alternativas para lidar com os impactos da expansão do mercado livre de energia entre consumidores de baixa tensão, além de discutir o aproveitamento do gás natural da União. Uma nova audiência pública está marcada para esta quarta-feira (15), às 14h.
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