Preço do frete marítimo terá aumento novamente em junho

Incidentes no Canal de Suez e surto de Covid-19 no Porto de Shenzhen contribuem para a alta
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As tarifas para transportar commodities nos navios que abastecem as indústrias ao redor do mundo estão nas alturas. De janeiro a maio, o preço do frete marítimo subiu mais de 30% (de 6 mil para 9 mil dólares) e a expectativa do mercado é a de que um novo aumento ocorra até o final de junho.

De acordo com informações da empresa Port Trade, nos Estados Unidos a tendência é de que o valor ultrapasse a barreira dos 14 mil dólares, enquanto que em outros países, como no Brasil, a expectativa é a de que o preço atinja os 10 mil dólares já no próximo mês.

Dentre os motivos que explicam esse aumento estão o encalhe do Navio Mercante Ever Given, durante seu trânsito pelo Canal de Suez, ocorrido em março, no Egito, e do surto de Covid-19 em funcionários do Porto de Shenzhen, na China, o qual diminuiu drasticamente a circulação de navios pelo local.

“Tudo isso está acontecendo por causa da falta de espaço nos navios e, consequentemente, de equipamentos transportados. Os embarques que estão ocorrendo da China para a Europa e os Estados Unidos estão tendo uma demora muito grande para ter o retorno dos equipamentos, o que está fazendo com que precisem realocar os produtos em outras regiões para suprir essa falta”, disse Cleber Baldotto, gerente operacional da Port Trade.

O especialista explica que, com o fim do Ano Novo chinês, o qual movimenta um grande volume de mercadorias, o normal seria o valor do frete cair em todo o mundo. No entanto, devido aos incidentes ocorridos, primeiro, no Canal de Suez, e agora no Porto de Shenzhen, o preço se manteve crescente. “A gente esperava uma redução no frete, porque o período entre janeiro a maio não é de alta, mas, tendo em vista todos esses acontecimentos ruins em sequência, o preço só aumentou”, destacou.   

Ainda segundo Baldotto, o aumento do preço, sobretudo no Brasil, prejudica a importação de equipamentos, principalmente, os mais baratos. “Uma empresa que vende produtos de moda a preços populares e que traz coleções para feriados específicos, como o Dia dos Pais, acaba segurando o embarque esperando por uma redução no frete, porque não vai compensar financeiramente”, exemplificou.  

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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