Preço do polissilício atinge maior patamar e preocupa setor solar

Empresas já contabilizam aumentos de 10% a 25% no custo do insumo, que está 277% mais caro do que em 2020

Assim como outros segmentos da indústria, o setor de energia solar tem encontrado dificuldades para lidar com a alta no preço dos insumos básicos e a escassez de matérias-primas, decorrentes dos problemas causados pela pandemia e pelo aumento da demanda de produtos. 

Nesta semana, mais uma notícia voltou a preocupar o setor fotovoltaico internacional: o anúncio de aumento no custo do polissilício, que está 277% mais caro do que na comparação com o mesmo período do ano passado e atingiu seu maior nível, sendo cotado a 260 RMB/kg. 

O preço voltou a subir em razão da crise energética e dos apagões que vêm sendo contabilizados na China nos últimos dias. 

Em decorrência disso, especialistas ouvidos pelo Canal Solar já projetam novas altas para o mercado solar. “Toda a indústria fotovoltaica vai sofrer aumento no preço dos módulos em função do preço do polissicilio”, destaca Felipe Santos, gerente de vendas da Canadian Solar.

“Vemos num cenário de curto prazo que os preços dos módulos serão reajustados em função do aumento brusco no preço do polissilício. Por hora, não há um horizonte de reduções, tendo em vista que a demanda por componentes eletrônicos está aquecida mundialmente”, complementa. 

Fernando Castro, diretor de vendas da fabricante de módulos fotovoltaicos JA Solar, explica que o governo chinês tem forçado a redução da manufatura de todos os produtos que envolvem energia no processo produtivo, visando atingir metas de descarbonização.

A decisão tem impactado a cadeia produtiva de diversos segmentos e milhares de chineses estão sofrendo com o desabastecimento elétrico causado por essas exigências. “É uma combinação das metas de carbono com a explosão da demanda interna de energia residencial e industrial, bem como aumento do preço do carvão e do gás”, explica Castro. 

Segundo ele, os novos preços – do polissilício e também de outros insumos – já estão sendo repassados pela China para o mercado. “Já recebemos novas cotações, com aumentos de 10% a 25% no custo de insumos, como silício, vidro, alumínio, encapsulante e outros que deverão ser repassados aos preços dos produtos, além de termos que reduzir a produção de módulos também”, revela.

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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