A ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) divulgou nesta quarta-feira (10) sua projeção anual para o setor. O estudo prevê que, em 2026, o país deverá registrar queda nos investimentos e na expansão da fonte em comparação com 2025.
Se confirmada, esse será o segundo ano consecutivo de retração, após o recorde histórico de crescimento registrado em 2024. Segundo a entidade, a instalação de novos projetos, tanto de grandes usinas quanto de pequenos sistemas, deve cair 7% no próximo ano.
Pela projeção, a energia solar deve adicionar 10,6 GW de potência instalada em 2026 contra os 11,4 GW adicionados em 2025. O valor estimado para o final de 2025, por sua vez, representa queda de 24% frente aos 15 GW adicionados em 2024.
Nas grandes usinas solares, a ABSOLAR aponta os prejuízos financeiros decorrentes dos cortes de geração (curtailment) como principal fator de freio. Já no segmento de GD (geração distribuída), a associação destaca o aumento dos obstáculos de conexão sob justificativas de inversão de fluxo.
Somam-se a esse cenário outros elementos macroeconômicos e tributários que combinados tendem a desestimular novos investimentos para o ano que vem. Entre eles estão o custo elevado do crédito, com juros próximos de 15% ao ano; a alta volatilidade do dólar; e as alíquotas elevadas de imposto de importação sobre equipamentos fotovoltaicos.
Menos investimentos, empregos e arrecadação
Dentro desse contexto, o estudo projeta investimentos de R$ 31,8 bilhões em 2026, montante inferior aos cerca de R$ 40 bilhões estimados para 2025. O impacto também aparece na geração de empregos: o setor deve criar 319,9 mil novos postos de trabalho em 2026, contra 396,5 mil esperados para este ano.
A arrecadação de impostos ligada à cadeia solar também deve recuar, passando de mais de R$ 13 bilhões em 2025 para aproximadamente R$ 10,5 bilhões em 2026. Mesmo com a desaceleração, a fonte solar deve continuar ampliando sua presença na matriz.
A ABSOLAR projeta que o Brasil alcance 75,9 GW de potência solar instalada acumulada até o fim de 2026. Desse total, 51,8 GW devem vir de pequenos e médios sistemas de geração própria instalados pelos consumidores e 24,1 GW estarão em grandes usinas solares conectadas ao SIN (Sistema Interligado Nacional).
Diante do cenário de retração, a ABSOLAR informou que para 2026 reforçará sua atuação em Brasília (DF), apresentando propostas aos candidatos à Presidência da República e demais elos da cadeia política. A ideia da associação é buscar, por meio do dialogo, soluções para os cortes de geração, as conexão para a GD e a regulamentação adequada do armazenamento de energia no país.
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