Os telhados do tipo cerâmico são maioria absoluta nas construções residenciais, logo, a carreira profissional de um instalador de sistema fotovoltaico provavelmente passará pelos telhados cerâmicos.
A aparente simplicidade deste tipo de telhado pode esconder alguns erros ou decisões ruins de projeto que podem levar ao dano do telhado ou dano dos sistemas fotovoltaicos.
Vale ressaltar que a escolha correta de estrutura e alocação dos módulos também deve ser vista sobre a ótica do manual de instalação dos módulos, frequentemente ignorado neste tipo de projeto.
Manual do Módulo
Todos os fabricantes de módulos possuem um manual de instalação dos seus produtos. E, via de regra, as garantias do produto estão atreladas à observação dos itens neste manual.
Do ponto de vista de cuidados de instalação, podemos listar os principais pontos cobertos por estes manuais:
- Proibição de modificações (furos) nos frames de alumínio;
- Espaço mínimo entre o módulo e o telhado;
- Distância mínima entre módulos;
- Inclinação mínima recomendada para escoamento de água e sujeira;
- Possíveis pontos de apoio dos módulos na estrutura;
- Materiais aceitáveis para os parafusos de fixação e aterramento.
Além de recomendações de limpeza, armazenamento e transporte dos produtos. Embora nem sempre disponibilizado na página de documentação do kit fotovoltaico no site do distribuidor, é essencial que o mesmo seja solicitado e lido para evitar erros de montagem, como mostraremos na próxima seção.
Principais erros de montagem em telhados cerâmicos
Os erros de montagem de telhados não se limitam somente à não observação dos manuais de instalação do módulo, do microinversor e otimizador.
Podemos ter alguns erros relacionados inclusive a não observação da norma de sistemas fotovoltaicos NBR 16690. Os principais erros de instalação em telhados cerâmicos são listados abaixo:
- Falta de análise geral estrutura do telhado: Os telhados usualmente são pensados para sustentar seu peso com pouca folga em relação a pesos extras. Dependendo do tamanho do sistema fotovoltaico e da força dos ventos, podemos ter cargas mecânicas muito mais elevadas do que imaginado na concepção do telhado;
- Análise dos caibros e ripas: Os ganchos de fixação das estruturas metálicas são presos nos caibros do telhado, logo, é importante verificar o estado da madeira. As ripas que sustentam as telhas, a princípio, não devem receber o peso dos módulos, porém, se estiverem em péssimas condições irão fragilizar o telhado e o resto da instalação;
- Telhas antigas ou frágeis: Telhas muito antigas tendem a ser mais quebradiças, dificultando o trabalho do instalador. Quando se deparar com este tipo de telhado deve-se tomar cuidado especial para não quebrar as telhas;
- Retelhamento após instalação do suporte: Após a fixação do gancho metálico no caibro é necessário realocar a telha por cima dele. A fixação do gancho pode ficar desalinhado em relação à crista da telha, o que por sua vez pode causar uma folga maior entre as telhas e eventualmente a entrada de água da chuva;
- Alguns telhados podem ter uma camada de manta impermeável por debaixo das telhas. A instalação deve tomar cuidado para não perfurar ou danificar a manta impermeável.
Em relação aos módulos, microinversores e otimizadores:
- O manual do módulo específica em que lados e qual a maior distância entre os suportes metálicos na qual o módulo pode ser instalado. Instalar o módulo apoiado somente nas bordas do lado mais longo (vide figura) causa uma maior deflexão do módulo e pode causar microfissuras em eventos extremos de ventania.
- Em geral, os fabricantes não permitem que sejam feitos furos extras nos módulos para fixação ou aterramento. É necessário verificar previamente, na fase de projeto, se a instalação dos módulos vai ser possível sem esse improviso;
- O alumínio do frame do módulo pode dilatar com a temperatura. Os fabricantes recomendam pelo menos 1 cm entre os módulos para aliviar o problema;
- O alumínio do frame do módulo e o alumínio da estrutura de fixação não são bons condutores. Simplesmente encostar um ao outro não garante uma boa equipotencialização. Além de especificado o fato no manual de instalação, a norma NBR 16690 diz que devemos equipotencializar os módulos. Equipotencializações onde não haja outro elemento (cabo fixado com parafuso, grampo de aterramento) não estão conforme a norma e não representam boa equipotencialização;
- O manual de instalação dos módulos especifica uma altura mínima entre o telhado e o módulo. Esta preocupação está relacionada principalmente ao desempenho térmico dos módulos, além de evitar esmagamento dos cabos ou dobras que possam danificá-los.
- A mesma observação de distância mínima e equipotencialização são válidas para os microinversores e otimizadores: ambos podem sofrer com temperaturas elevadas caso não seja observado o distanciamento mínimo. O simples fato de encostar esses equipamentos na estrutura de alumínio do módulo ou do suporte não é suficiente para garantir boa equipotencialização;
- Os fabricantes de estruturas metálicas também fornecem manuais de instalação! É essencial a leitura deste material.
5 respostas
Aprendendo bastante com o conteúdo do site. Parabéns e obrigado!
Grato pela informação, gostaria de acrescentar sobre as telhas coloniais de fabricação no sul do pai que tem acabamento fino e de cores claras, a unica forma de não gerar vazamentos na mesma e com corte na telha na área do suporte e com acabamento externo em PU40, desta forma evitamos furos e acabamento perfeito e risco zero de goteiras..
Abs,
MERAK Engenharia Sustentável.
Gostaria tbém de maiores informações sobre Energia Solar, pois, pretendo comercializar como Eng. Gerenciamento e vendas de firma gde Solar p/ região de Ribeirão Preto por ser Eng. Mecânico e Produção c/ cerca de ~ 50 anos de experiência em gerenciamento de Projetos na área de Engenharia.
Boa tarde muito obrigado pelas informações tenho interesse em fazer os cursos de Energia Solar instalação e vendas e ter mais conhecimento sobre energia solar,sou mei empreiteiro de obras e pretendo fazer parte do futuro da energia solar quê está em expansão.
Muita boa a matéria