Renovável ​é a fonte mais barata em países que representam 75% do PIB mundial

Analista da BloombergNEF (BNEF) aponta que as energias renováveis podem ser consideradas um caminho sem volta

Durante o webinário “Transição Energética: tendências e expectativas”, realizado pelo Canal Solar na última terça-feira (9), Luiza Demôro, Head of Country Transition Trends na BNEF (BloombergNEF), comentou que a energia renovável ​é a fonte mais barata em países que representam 75% do PIB mundial.

“Estimamos que dois terços da população mundial já vivem em países onde a fotovoltaica e eólica são as mais baratas. Estas nações (Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Japão, índia, China, Austrália, África do Sul e o Reino Unido) representam três quartos do PIB mundial. Muito em breve, tal tendência deve atingir o mundo todo”, destacou Luiza.

“Ou seja, as renováveis continuarão crescendo e podem ser consideras um caminho sem volta por dois motivos. O primeiro é preço. Esse é um fator que é óbvio, mas se saímos do setor ainda existe um mito muito grande que as mesmas são muito caras e, por isso, não avançam. A resposta é não”, relatou. 

Já o segundo motivo, segundo a pesquisadora, é a adoção de políticas públicas – relacionadas ao comprometimento de governos e empresas em neutralizar as emissões de carbono. 

“Mais de 50% das emissões globais hoje estão cobertas por algum tipo de compromisso de ser net zero nas próximas décadas. Se comparamos com janeiro de 2020 esse número era menor que 30%. No ano passado houve uma evolução grande e vamos continuar com esse crescimento mês a mês”, destacou.

“Enxergamos que os países estão se comprometendo em buscar alternativas limpas e sustentáveis, estão ficando mais ambiciosos e as tecnologias estão baratas o suficiente para acompanhar essa toada. Como resultado, as novas tecnologias, ao longo dos anos, devem acelerar e isso deve impactar diretamente o preço delas. Portanto, existe um ciclo que não tem mais volta”, ressaltou a analista.

Eletrificação é a chave para descarbonizar a economia

Ao longo do webinário, a pesquisadora da BNEF comentou ainda que o caminho para quem busca descarbonizar a economia é a eletrificação. “A lógica, pelo menos até que outras tecnologias sejam desenvolvidas e escalonadas, é que todos foquem em eletrificação, principalmente do transporte e da calefação para os países frios”.

“No Brasil temos um percentual de emissão do setor elétrico muito pequeno, porém, quando pensamos numa possibilidade de eletrificar o transporte, aumentamos nossa demanda. Estimamos que globalmente a eletrificação desse segmento deve resultar no aumento de 10% da demanda”, concluiu Luiza Demôro. 

Foto de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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