O nível dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra mais de 70% de toda a água armazenada no país, se agravou ainda mais no mês de setembro por causa dos efeitos da maior seca dos últimos 91 anos.
Nesta terça-feira (14), o percentual de armazenamento das hidrelétricas que compõem as duas regiões brasileiras atingiu a marca de 18,58% e em algumas delas os índices estão em estado cada vez mais crítico.
É o caso de Ilha Solteira, a maior usina de São Paulo e a terceira maior do país, que opera nesta terça-feira com apenas 1,82% de sua capacidade. Em agosto, o nível do reservatório estava em 36%. Há menos de duas semanas, o volume se mantinha na casa dos 10%.
A usina de Três Irmãos, na bacia do Rio Tietê, também em São Paulo, segue o mesmo caminho e, hoje (14), está com um volume de 4,16%. No mesmo período do ano passado, o nível do reservatório estava em 62%. Já em agosto deste ano, o nível era de 39%.
Outros reservatórios
Além de Ilha Solteira e de Três Irmãos, outras usinas hídricas que abastecem o subsistema Sudeste/Centro Oeste também registram volumes preocupantes. As bacias de Marimbondo e Itumbiara, por exemplo, já operaram com menos de 10% da capacidade: 9,3% e 9,77%, respectivamente.
Há pouco mais de um mês, a situação nos dois empreendimentos já era gravíssima, mas piorou com a falta de chuvas. No dia 3 de agosto, o volume pluvial de Maribondo era de 16,13%, enquanto que o de Itumbiara era 12,09%.
O cenário também piorou nas demais hidrelétricas. Outros dois exemplos de redução da capacidade de armazenamento são os de Águas Vermelhas, Nova Ponte e Emborcação, que operam em agosto com 12,91%, 13,36% e 14,69% de volume útil, respectivamente. Hoje, a capacidade de cada uma delas está em menos de 12%.
Usinas com menos capacidade em operação no subsistema Sudeste/Centro Oeste:
- Ilha Solteira: 1,82%
- Três Irmãos: 4,82%
- Marimbondo: 9,30%
- Itumbiara: 9,77%
- Emborcação: 10,82%
- Águas Vermelhas: 11,12%
- Nova Ponte: 11,36%
- Furnas: 15,37%
- M. Moraes: 15,63%
- São Simão: 15,83%
O que diz a ONS?
Em nota, o Operador informou que o funcionamento das hidrelétricas com nível de armazenamento em torno de 10% é tecnicamente viável e destacou que há, inclusive, registros de situações em que o SIN (Sistema Interligado Nacional) operou com volumes inferiores a esse.
“Neste sentido, caso os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste cheguem ao nível de 10% da sua capacidade de armazenamento, isso não compromete a governabilidade hidráulica das bacias que compõem o SIN. Observa-se, no entanto, que a operação com valores muito baixos de armazenamento, inferiores a 10%, sempre requer atenção, tendo em vista as solicitações mecânicas a que a máquina é submetida”, pontua o documento.