Um dos principais erros cometidos pelas empresas é a contratação de “qualquer profissional” de forma precipitada. Contratar muito rápido, avaliando poucos candidatos e não dedicando tempo para detalhar características específicas, especialmente relacionadas ao perfil comportamental e cultura da empresa.
A negligência nesse processo é o principal responsável pelas altas taxas de rotatividade, que podem chegar a 70% ao ano em algumas empresas.
Esse foi um dos temas explorados por Pedro Drumond, CEO da RH Renováveis, na última terça-feira (21) no Podcast Papo Solar.
Ele destacou durante a conversa que uma pesquisa realizada pela Page Personnel, em 2018, apontou que cerca de 90% dos colaboradores são desligados das empresas por questões comportamentais.
Na avaliação de Drumond, isso ocorre porque as contratações, na maioria das vezes, são feitas a partir de requisitos técnicos, conhecidos como “hard skills”. Essas habilidades podem, e devem ser avaliadas, mas não como requisito principal, especialmente porque, em sua maior parte, podem ser treinadas.
Em contrapartida, as habilidades comportamentais (“soft skills”), mais importantes para a sustentabilidade da parceria entre o colaborador e a empresa, são pouco exploradas pelos contratantes.
O CEO afirmou ainda que, para ter mais sucesso nas contratações, é essencial avaliar o comportamento dos profissionais, a conexão entre os objetivos e os valores da pessoa com a cultura organizacional da empresa.
Sugeriu também que, ao priorizar a contratação com base em habilidades comportamentais e investir no desenvolvimento de habilidades técnicas, as empresas encontrarão um modelo muito mais assertivo na formação das equipes e melhores resultados a longo prazo.
Outro dado relevante mencionado por Drumond, é que, nos processos seletivos gerenciados pela RH Renováveis, cerca de 60% das posições estão relacionadas com a área comercial, seguidos por vagas na engenharia (15%) e cargos de gestão (10%).
O CEO afirmou também que um dos principais erros na contratação de vendedores é quando a companhia pede uma carteira de clientes como pré-requisito para o profissional.
“Se você quer um colaborador que traga clientes pra você, está dizendo que, quando ele sair da sua empresa, ele pode levar os seus”, comentou.
Outro erro mencionado, que leva a grande rotatividade de profissionais em empresas, é esquecer de focar em uma boa gestão para a sua equipe.
Esse ponto é mais importante que ficar procurando super profissionais ou conhecimentos técnicos muito apurados. Uma gestão eficiente, baseada em indicadores, rotinas e engajamento, possibilita mais previsibilidade e melhores resultados.
“O setor solar ainda é jovem e os líderes podem não ter tido tempo suficiente para organizar as empresas da forma mais adequada. Especialmente em um mercado que cresce tanto, os gestores precisam crescer junto com seus times, comentou.
“O mercado ainda precisa amadurecer bastante. Tome cuidado com o sucesso momentâneo. Às vezes podemos ficar cegos quando temos algum resultado no curto prazo e então negligenciamos a gestão. E nesse caso depois sofremos as consequências futuras”, finalizou.
Confira mais insights do Pedro Drumond no episódio completo do Papo Solar, disponível no YouTube do Canal Solar.