Nesta quarta-feira (13), a Shell Brasil assinou um convênio para viabilizar a realização de 15 novos projetos de pesquisa e desenvolvimento em energia limpa no CINE (Centro de Inovação em Novas Energias).
O acordo foi firmado com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a USP (Universidade de São Paulo).
Ao longo dos próximos cinco anos, o foco dos estudos será aprimorar tecnologias para produzir energia usando fontes renováveis e processos de baixa pegada de carbono. O objetivo é tornar essas tecnologias cada vez mais eficientes, econômicas e sustentáveis.
Os novos projetos de energia limpa serão divididos em quatro programas de pesquisa que se interconectam. São elas:
- Geração de energia;
- Armazenamento avançado de energia;
- Hidrogênio verde;
- Design computacional de materiais.
Inicialmente, a equipe científica envolvida nos projetos será formada por pesquisadores ligados a 11 instituições de ensino e pesquisa brasileiras.
Nessa etapa, serão investidos R$ 82,4 milhões, dos quais R$ 62,4 milhões serão financiados pela Shell e os demais R$ 20 milhões pela Fapesp.
Segundo Ana Flávia Nogueira, diretora do CINE e professora do Instituto de Química da Unicamp, o maior desafio da transição energética é gerar alternativas ao uso de combustíveis fósseis.
“Impossível falar em combustíveis do futuro sem pensar em desenvolver energias renováveis que reduzam gradualmente o uso de gás natural, petróleo e carvão na geração de calor e energia nos processos industriais”, disse ela.
Para garantir a continuidade desse processo, a diretora avalia que é “crucial implementar soluções de armazenamento de energia em grande escala, que supram a demanda mesmo nos períodos de intermitência das fontes renováveis”, salienta.
Quatro áreas de pesquisa
Em geração de energia, destaca-se um projeto de energia solar que usa material baseado em cristais de perovskita, matéria-prima mais barata e com menor pegada de carbono em sua fabricação, quando comparado ao painel de cristais de silício, amplamente aplicado atualmente.
Os pesquisadores pretendem criar protótipos para testar em ambientes representativos.
Por sua vez, o programa de armazenamento avançado de energia terá como objetivo aprimorar tecnologias de armazenamento de energia, com melhor desempenho e custo acessível.
O intuito é utilizar essas tecnologias para armazenar energia quando houver excesso e fornecê-la quando houver demanda, compensando dessa forma a intermitência de fontes de energia renovável.
Já o programa do hidrogênio verde se dedicará a identificar materiais inovadores que ajudarão na redução de custos de componentes-chave dos chamados eletrolisadores, equipamentos responsáveis pela geração de hidrogênio verde através da quebra da molécula da água.
Os pesquisadores também buscam oportunidades na melhora da eficiência destes equipamentos, através de estudos avançados no tema.
Por fim, a área de Design Computacional de Materiais contará com as ferramentas de computação e IA (inteligência artificial) do CINE para realizar análises de viabilidade de cenários, avaliando de antemão a probabilidade de sucesso de alguns caminhos de desenvolvimento dos demais programas, encurtando a rota de sucesso da tecnologia em análise.
Sobre o CINE
Fundado pela Shell Brasil e pela FAPESP em 2018, o CINE é um centro de pesquisa e inovação brasileiro que tem se destacado, no Brasil e no exterior, no desenvolvimento de tecnologias que podem acelerar a transição energética e ajudar a estabelecer uma economia de baixo carbono.
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