Temporal em São Paulo: apagão dura quase 70 horas

Enel informou que a energia já foi reestabelecida para mais de 76% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado
06-11-23-canal-solar-500 mil imóveis seguem sem energia em SP; apagão dura quase 70 horas
Bairro em Campo Limpo, localizado na cidade de São Paulo (SP), está sem energia desde sexta-feira (06). Foto: Canal Solar

A Enel afirmou, na manhã desta segunda-feira (06), que 500 mil imóveis da Grande São Paulo seguem sem eletricidade – quase 70 horas após as fortes chuvas e rajadas de ventos que atingiram o estado.

De acordo com a companhia, a energia já foi reestabelecida para para 82% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado. Até o momento, cerca de 1,7 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado, de um total de aproximadamente 2,1 milhões afetados.

Em nota, a Enel disse que a tempestade foi a mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. Segundo a companhia, as zonas Sul e Oeste foram as regiões mais impactadas, devido à complexidade do reparo e a necessidade de reconstrução.

“Nossos esforços estão concentrados em reconstruir os trechos destruídos e normalizar o cenário. Nossos profissionais estão trabalhando 24 horas por dia para normalizar o fornecimento o mais breve possível”, destacaram.

Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a companhia disse que a recuperação ocorre de forma gradual. “Em atuação conjunta com Corpo de Bombeiros, Prefeitura e outras autoridades, estamos priorizando os casos mais críticos, como serviços essenciais”.

Também em nota, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), em conjunto com o MME (Ministério de Minas e Energia), afirmou que tem monitorado os impactos provocados pelas fortes chuvas da última sexta feira (03).

“Dessa forma, as concessionárias de distribuição de energia estão encaminhando informações à Agência sobre a situação. As autoridades federais, estaduais e municipais também estão sendo informadas sobre as providências adotadas”, enfatizaram.

A ANEEL solicitou que as distribuidoras adotem providências, a fim de que o fornecimento às regiões afetadas seja reestabelecido com a maior brevidade possível. Além disso, determinaram que a Arsesp, agência conveniada no estado de São Paulo, acompanhe de perto a situação das distribuidoras para mitigar o impacto das ocorrências.

Relato

Wagner Freire, jornalista do Canal Solar, mora no bairro Campo Limpo, localizado na zona Sul de São Paulo, e relatou que está desde às 16h30 de sexta-feira (03) sem energia. “São mais de 60 horas e não recebi nem um SMS da Enel”.

“Muitas árvores caídas nas redondezas, fios e postes danificados e nenhum sinal da Enel. Tudo que estava na geladeira está perdido. Fico imaginando o que deve ter acontecido com quem depende de aparelhos para viver. Também estou todo esse tempo sem internet, pois o 4G funciona precariamente. Só consigo usar o celular porque fui carregar o aparelho na casa de familiares”, disse.

“Muita gente passou o final de semana no shopping Campo Limpo para poder carregar o celular. Os poucos estabelecimentos que estavam funcionando, como pizzarias, estavam lotados, já que as pessoas não tinham o que fazer em casa. Para piorar, a escuridão preocupa pelo lado da segurança, já que muitas casas estão totalmente vulneráveis”, comentou Freire.

Para comunicar falta de energia, a Enel orienta que os clientes acessem os canais digitais da empresa por meio do app Enel São Paulo e agência virtual do site.

Vendaval histórico

A cidade de São Paulo não registra rajadas de vento com mais de 100 km/h, como a que atingiu a capital na tarde da última sexta-feira, desde 1995. Os dados são do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura e foram informados pelo prefeito Ricardo Nunes em coletiva de imprensa no Centro de Operações da Enel na tarde deste sábado (04).

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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