UE tem produção recorde de solar e eólica em meio ao corte de gás russo

Fontes renováveis geraram 345 TWh de energia ao bloco entre os meses de março e setembro deste ano
UE tem produção recorde de solar e eólica em meio ao corte de gás russo
O crescimento das duas fontes evitou custos adicionais da ordem de € 11 bilhões para a UE. Foto: Envato Elements

As energias solar e eólica foram responsáveis por gerar 24% da eletricidade da UE (União Europeia) desde o início da invasão das tropas russas à Ucrânia, ainda no primeiro trimestre deste ano, segundo relatório publicado pelos think tanks climáticos E3G e Ember.

Ao todo, entre os meses de março e setembro, a energia eólica (192 TWh) e a solar (153 TWh) geraram 345 TWh de eletricidade em toda a UE – um aumento recorde de 13% (mais 39 TWh) em relação ao mesmo período do ano passado. 

O crescimento das duas fontes ainda evitou custos adicionais da ordem de € 11 bilhões e o uso de 8 bilhões de metros cúbicos de GNL (gás natural liquefeito) no bloco. 

O impulso das energias renováveis ​​ocorre em um momento em que a Europa tenta se livrar do gás russo, enquanto Moscou reduz, e até corta, o fornecimento de energia das nações europeias para ganhar vantagem no conflito. 

A guerra, com isso, forçou os países do bloco europeu a enfrentar a dependência do gás russo, que, somente em 2020, representou mais de 40% das importações de combustível fóssil da UE.

De acordo com a E3G e a Ember, sem a energia eólica e solar, a crise energética causada pela falta de abastecimento do gás russo teria trazido consequências muito piores para o bloco. “A energia eólica e solar já estão ajudando os cidadãos europeus”, disse Chris Rosslowe, analista sênior da Ember. 

Recordes

De acordo com o relatório publicado, 19 dos 27 estados membros da UE alcançaram recordes de geração solar e eólica neste ano, o que contribuiu para evitar uma inflação maior e uma crise ainda mais profunda no bloco.

A Polônia, por exemplo, teve um aumento percentual de 48,5% em sua geração na comparação ao período anterior, enquanto a Espanha registrou crescimento absoluto de 7,4 TWh, evitando € 1,7 bilhão em custos de gás importado.

Portugal também registou um recorde nesse período, com 37,5% de eletricidade eólica e solar (8,5 TWh), assim como a França e a Itália, que também foram mencionadas pelo relatório.

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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