Energia solar deverá ultrapassar fontes fósseis na Alemanha em 2025

Atualmente, cerca de cinco milhões de sistemas solares estão em operação no país europeu
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Energia solar deverá ultrapassar fontes fósseis na Alemanha em 2025
Foto: Freepik

Um estudo realizado pelo Instituto Fraunhofer de Sistemas de Energia Solar prevê que a energia solar deverá ultrapassar a participação das fontes fósseis na matriz elétrica alemã em 2025.

Segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira (2) pela BSW (Associação Federal da Indústria Solar), a geração de eletricidade a partir da energia solar representou, em 2024, 15,57% da matriz elétrica do país, enquanto fontes como o carvão marrom tiveram uma participação de 15,61%.

O crescimento do setor solar se deve ao forte aumento na instalação de sistemas fotovoltaicos ao longo do último ano. De acordo com a BSW, em 2024, a capacidade instalada totalizou 17,5 GW — um crescimento de 14% em relação ao ano anterior. A expectativa para 2025 é de que os investimentos no setor continuem em ritmo acelerado.

“Enquanto a demanda por painéis solares no setor residencial esfriou após o boom causado pela pandemia de coronavírus e pela crise energética — podendo se estabilizar em um nível ainda alto ao longo do ano — espera-se que a procura por dispositivos solares plug-and-play, os chamados sistemas solares de varanda, volte a dobrar em 2025”, afirma Carsten Körnig, diretor executivo da Associação Federal da Indústria Solar.

“No caso da construção de usinas solares em terrenos abertos e em telhados de edifícios comerciais, esperamos um aumento, ainda que modesto, em comparação com o ano anterior”, ressaltou ele.

Impacto ambiental e retorno financeiro

Atualmente, cerca de cinco milhões de sistemas solares estão em operação na Alemanha. Segundo o Escritório Federal do Meio Ambiente, em 2024, o país evitou a emissão de mais de 50 milhões de toneladas de gases de efeito estufa graças ao uso da energia solar.

No aspecto econômico, estimativas da consultoria especializada em energia Neon apontam que, sem a geração fotovoltaica, os preços da eletricidade no mercado poderiam estar até 25% mais altos do que os níveis atuais. 

No setor doméstico, a economia gerada com o uso da eletricidade solar de baixo custo pode chegar a nove bilhões de euros por ano — o que representa, para uma residência típica, uma economia de até 80,00. Já no setor industrial, a redução de custos pode atingir até 10%.

Dados recentes da Agência Federal de Redes, em conjunto com projeções da BSW, indicam que a Alemanha possui atualmente cerca de 105 GW de capacidade instalada em sistemas solares. 

Deste total, 38% está em residências, 29% em coberturas de edifícios comerciais, 32% em instalações montadas em áreas abertas, e aproximadamente 1% corresponde aos chamados sistemas solares de varanda, conectados por plugues simples. Segundo as metas estabelecidas pelo governo federal, essa capacidade deverá alcançar 215 GW até 2030.

Primeira onda de calor chega à Alemanha, e solar e eólica suprem 99% da eletricidade do país

O feriado da última quinta-feira (1º) pode ter contribuído, devido à baixa demanda, para o aumento da geração solar, segundo previsão da Bloomberg

De acordo com a estimativa, o país pode ter alcançado, na tarde do feriado, até 99% do consumo de eletricidade suprido por fontes renováveis, como a energia solar e eólica.

Esse cenário pode ter provocado uma queda nos preços da eletricidade, chegando, em determinados momentos do dia, a valores negativos. Conforme aponta a Bloomberg, fenômenos como esse têm se tornado cada vez mais frequentes na Europa. 

Embora beneficiem residências e indústrias com tarifas baseadas em horários, representam um desafio para investidores e desenvolvedores de tecnologia, devido ao baixo retorno financeiro.

Se as previsões se confirmarem, o preço da eletricidade pode ter ficado abaixo de zero entre 10h e 17h no feriado. A França também pode ter registrado um fenômeno semelhante.

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Daniele Haller
Vivendo na Europa há 12 anos, trabalha como jornalista correspondente para diferentes canais de comunicação no Brasil, assim como para projetos que apoiam o desenvolvimento de brasileiros no mercado de trabalho no exterior. Graduada em Jornalismo pela Estácio de Sá do Ceará em 2008.

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