ANEEL nega pedido de distribuidoras sobre perdas não técnicas

Tema começou a ser debatido na Agência em dezembro de 2022, a partir de um pedido da Abradee
ANEEL nega pedido de distribuidoras sobre perdas não técnicas
Foto: Michel Jesus/ANEEL

Com colaboração de Wagner Freire.

Por maioria, a diretoria da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) negou nesta terça-feira (18) um pedido da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) que visava evitar novas perdas para o setor quanto ao ciclo de reajustes tarifários de 2025. 

O entendimento da Agência reguladora foi pela rejeição a uma medida cautelar que visava análise dos impactos das perdas não técnicas, tendo por base os dois anos anteriores. A Agência sempre considerou o tema complexo, devido à fragilidade regulatória brasileira.

As distribuidoras de energia agora esperam pela data de 28 de fevereiro, quando a ANEEL deve concluir uma Nota Técnica para subsidiar sua decisão final. 

A decisão desta terça-feira já foi protelada, visto que o julgamento estava empatado havia uma semana, aguardando o voto decisivo da diretora Ludimila Silva, que não estava presente na reunião anterior.

Ela se somou aos votos do diretor-geral Sandoval Feitosa e da diretora Agnes da Costa, que consideraram que os requisitos para atender o pleito da Abradee não estavam presentes. 

Por sua vez, Fernando Mosta e Ricardo Tili entenderam pela presença desses requisitos, sobretudo devido ao atraso na apreciação do processo por parte da ANEEL.

Histórico do impasse

O tema começou a ser debatido na ANEEL em dezembro de 2022, quando foi aberta a Tomada de Subsídio nº 28/2022. 

Na ocasião, a área técnica da Agência reguladora propôs a possibilidade de homologar as perdas não técnicas com base no mercado de baixa tensão medido, em vez do faturado, com o objetivo de simplificar a base de dados e o cálculo dessas perdas.

Entre março e maio de 2024, a ANEEL abriu a Consulta Pública nº 9 para dar seguimento à discussão e colher opiniões externas dos agentes do setor. 

Na ocasião, a Agência realizou uma AIR (Análise de Impacto Regulatório) e propôs quatro alternativas para solucionar o problema, sendo que a escolhida preliminarmente foi justamente calcular as perdas não técnicas com base no mercado medido.

Para a Abradee, essa abordagem resolveria o problema, entretanto, ainda há divergências sobre outros pontos que podem impactar os consumidores de energia.

Embora a diretora relatora Agnes reconheça o problema e os impactos sobre as distribuidoras, a Consulta Pública 009/2024 ainda está em fase de conclusão. 

Portanto, ela considerou que conceder uma medida cautelar antecipando os efeitos de uma regulação em discussão seria precipitado.

“Tratar-se-ia de um precedente muito perigoso, caso fosse acolhido, diante da complexidade do assunto e do resultado que vigorará a partir da conclusão da Consulta Pública”, destacou Agnes em seu voto.

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Foto de Manoel Guimarães
Manoel Guimarães
Atuou como repórter, locutor de rádio e assessor de comunicação. Passagens por redações e pelos três Poderes da República. Acompanha o setor elétrico desde 2016.

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