ANEEL apresentará resultados da consulta pública para armazenamento de energia

Resultados devem ser divulgados na 46ª reunião pública ordinária da cúpula da Agência
ANEEL apresenta resultados da consulta pública para armazenamento de energia
Foto: ANEEL/Divulgação

A diretoria da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) deverá finalmente se debruçar sobre o resultado da primeira fase da Consulta Pública 39/2023, que colheu informações para aprimorar a regulamentação do armazenamento de energia. Será na próxima terça-feira (10), na 46ª reunião pública ordinária da cúpula da Agência. O processo é o oitavo da pauta, e tem o diretor Ricardo Tili como relator.

A consulta pública foi aberta em outubro do ano passado, com previsão de coletar informações até dezembro de 2023. A diretoria, aliás, deve autorizar uma nova rodada de coleta de informações, que também incluem subsídios referentes a usinas hidrelétricas reversíveis – aquelas que não são conectadas a um curso d’água ou não interfiram significativamente no regime hidrológico, e que possuem mecanismos de armazenamento de energia excedente, a fim desta ser utilizada em períodos posteriores de picos de demanda.

Apesar do atraso para a análise da consulta pública, o cronograma estabelecido pela diretoria da ANEEL dividiu esse processo de adaptação regulatória em três ciclos. A ideia é permitir a incorporação dos sistemas de armazenamento como ferramentas para apoiar a transição energética sustentável. 

O atual ciclo (2023/2024) aborda as especificidades das usinas hidrelétricas reversíveis de ciclo aberto. Também se discute o desenvolvimento de sandboxes regulatórios como forma de viabilizar economicamente o armazenamento e capturar mais benefícios ao sistema.

Para o último ciclo, de 2024 e 2025, a discussão gira em torno de temas mais complexos, como agregadores para os vários serviços, simulações nos modelos computacionais e seus impactos, exploração de novos modelos de negócio (aplicações de armazenamento para a mitigação de curtailment e constrained-off das usinas de geração) e o aprofundamento de definições estruturais sobre o empilhamento de receitas.

Vantagens do sistema

Os sistemas de armazenamento conseguiram frear uma certa “visão arredia” do mercado, que já enxerga vantagens ao tema. Uma delas seria ajudar a reduzir intermitências e imprevistos comuns da geração de fontes como a eólica e a solar, as mais dominantes do atual momento. O armazenamento para estas energias é visto como uma maneira de estabilizar a rede e garantir confiabilidade.

Outro atrativo é solucionar um velho dilema da transmissão: ora a falta espaço para abrigar energia produzida, ora a ausência de consumidores para a distribuição daquela energia. Por fim, a implantação de um sistema de armazenamento pode ser mais vantajosa economicamente do que a construção de novas linhas e instalação de novos transformadores. Detalhes a serem checados e validados pela ANEEL na semana que vem.

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Manoel Guimarães
Atuou como repórter, locutor de rádio e assessor de comunicação. Passagens por redações e pelos três Poderes da República. Acompanha o setor elétrico desde 2016.

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