O Brasil adicionou cerca de 9,3 GW de potência de energia solar fotovoltaica em 2022, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O desempenho representou o melhor ano da história do setor, superando o recorde do ano anterior, que foi de 5,03 GW em 2021. Ou seja, um crescimento de mais de 80% entre os dois períodos.
No acumulado histórico, somando todos os anos, o país contabiliza mais de 23 GW de capacidade operacional.
Do total de 9,3 GW acrescidos, foram 6,6 GW provenientes de sistemas de GD (geração distribuída) e 2,7 GW de GC (geração centralizada).
O crescimento maior da geração própria em relação às grandes usinas ocorreu, sobretudo, em razão do prazo limite para entrada das novas regras de compensação da Lei 14.300.
Tal legislação, sancionada em janeiro de 2022, estabeleceu um período de transição que garante até 2045 a manutenção das regras atuais aos consumidores que solicitarem o parecer de acesso de sistemas de geração própria de energia solar até o dia 6 de janeiro de 2023.
Após esta data, as novas conexões passarão a ter uma cobrança gradual e escalonada sobre a energia injetada na rede elétrica, reduzindo a rentabilidade das novas usinas.
A mudança, com isso, provocou uma corrida generalizada ao longo de todo o ano dos consumidores de micro e minigeração para instalação de sistemas de energia solar.
Geração distribuída
De acordo com os dados da ANEEL, a GD solar somou cerca de 6,6 GW de potência no Brasil entre os meses de janeiro e dezembro de 2022, contra 3,5 GW de 2021.
Ao todo, foram mais de 688 mil sistemas instalados em 2022, quase um terço a mais do que as 458 mil conexões registradas em todo o ano de 2021.
Segundo a Agência, mais da metade da potência instalada em GD solar de 2022 veio de sistemas residenciais (3,74 GW). Na sequência, vieram os estabelecimentos comerciais (1,46 GW) e as propriedades rurais (1,01 GW).
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram os que lideraram o avanço da geração distribuída solar no ano, com 982 MW; 780 MW e 743 MW, respectivamente.
Já entre os municípios, o destaque do ano foi Florianópolis (SC), com 249 MW instalados – quase cinco vezes que Fortaleza (CE), a segunda cidade com melhor desempenho (57,4 MW).
Geração centralizada
Já nas grandes usinas, a fonte solar terminou o ano com cerca de 7,33 GW acrescidos – um volume 58%% maior do que os 4,63 GW que haviam em janeiro.
O montante ajudou a fazer com que o segmento ultrapassasse outras fontes de geração ao longo do ano e se torna-se a quarta maior do Brasil, com 3,88% de participação na matriz energética.
De acordo com a ANEEL, os atuais 7,33 GW de GC solar só ficam hoje atrás das usinas hídricas (103,19 GW), térmicas (46,2 GW) e eólicas (23,72 GW).
O país também fechou 2022 com mais de 77 GW em energia solar centralizada previstos para entrar em operação ao longo dos próximos anos. Mais especificamente, cerca de 4,78 GW a partir de empreendimentos com construção iniciada e 73 GW de projetos com construção não iniciada.