Brasil deverá investir US$ 28 bilhões em hidrogênio até 2030, estima Thymos

País pode chegar a capacidade de produção de 38 milhões de toneladas da molécula por ano
Canal Solar Brasil deverá investir US$ 28 bilhões em hidrogênio até 2030, estima Thymos

A Thymos Energia estima que o Brasil deverá investir US$ 28 bilhões em hidrogênio de baixa emissão até 2030, considerando os projetos anunciados pelas empresas.

O país pode chegar a produção de 20 milhões de toneladas por ano (Mt/ano), incluindo hidrogênio verde (fontes renováveis) ou com sistemas de captura e utilização de CO2 (CCUS), considerando os projetos que já possuem construção iniciada ou decisão de investimento aprovada (FID). Esse montante pode chegar a 38 Mt/ano se considerados os projetos que estão em etapas iniciais de desenvolvimento.

Os dados são fruto de um estudo realizado pela consultoria com objetivo de analisar os aspectos tecnológicos e regulatórios para o desenvolvimento dessa indústria no país. O hidrogênio é considerado um elemento fundamental para reduzir as emissões de carbono de diversos setores, em especial na indústria e nos transportes pesados.

“Essa tração nos investimentos em projetos desse tipo é importante, mas ainda aquém de um cenário de emissões líquidas nulas de CO2 […]. Para isso, seria necessária uma capacidade de produção de hidrogênio de baixo carbono em torno de 72 Mt/ano (praticamente mais de 3 vezes a capacidade atual de projetos FID (Final Investimento Decision)”, destaca a Thymos.

O hidrogênio de baixo carbono inclui a versão produzida pela eletrólise e através de combustíveis fósseis com sistemas de captura e utilização de CO2 (CCUS).

Segundo a consultoria, a produção em larga escala do hidrogênio verde (H2V) possui alguns desafios que precisam ser superados, sendo os principais o custo de produção, a falta de infraestrutura, perdas de energia e falta de um mercado estruturado.

Para que o país seja capaz de produzir H2V em bases competitivas, o custo de produção teria que ser de 2 USD/kg. Para isso, seriam necessárias reduções significativas nos custos de energia (cerca de 50%) e dos eletrolisadores (70%). Ainda assim, é provável que o H2V chegue ao consumidor final em torno de um valor maior que 3 USD/kg, dados os processos de armazenamento e transporte da molécula.

“O custo da energia representa mais de 50% do custo de produção do H2V, o que torna desafiador o objetivo de alcançar o patamar de 2 USD/kg de H2V, ainda em países que possuam grandes potencias de energia renovável.”

O estudo traz um levantamento sobre os custos de produção de hidrogênio a partir da energia solar fotovoltaica para os membros do G7 em 2021. Os valores variam de US$ 4/kg (nos casos de Alemanha, França e Itália) até US$ 8,9/kg (Japão).

Em 2022, foram consumidos no mundo 95 milhões de toneladas de hidrogênio, sendo que 62% foram provenientes da reforma do gás natural, 16% óleo/nafta. 21% carvão e 1% com combustíveis fósseis com sistema de CCUS.

O Plano Nacional do Hidrogênio foi instituído no Brasil em agosto de 2021, mas desde 2003 verifica-se iniciativas para o desenvolvimento dessa nova indústria no país.

Também tramita no Senado o Projeto de Lei nº 725/22, que visa estabelecer mecanismos de inserção do hidrogênio no setor energético nacional. Dentre as propostas de incentivo, tem-se a inserção do transporte do hidrogênio via gasodutos até 2050.

Imagem de Wagner Freire
Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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