O Brasil importou 7,8 GW em módulos fotovoltaicos no primeiro semestre de 2023, segundo relatório publicado, nesta quarta-feira (09), pela Greener.
O resultado – apesar de apresentar um cenário de retração de 21% na comparação com o mesmo período do ano passado (9,9 GW) – é o segundo maior dos últimos anos, ficando à frente do volume de importações dos primeiros seis meses de 2020 (2,5 GW) e 2021 (4,9 GW).
A Greener destaca ainda em seu estudo que o volume de painéis solares importados pelo país no primeiro semestre de 2023 ficou acima das expectativas projetadas no inicio do ano.
Inicialmente, imaginava-se uma diminuição ainda maior devido às incertezas relacionadas ao novo governo, às mudanças regulatórias e a fatores macroeconômicos, como a taxa de juros elevada e o crescente endividamento da população, dificultando o acesso ao crédito.
“O índice no volume de importação maior que o esperado para o primeiro semestre de 2023 é atribuído em grande parte aos empreendimentos de GC (geração centralizada), que possuem previsão de construção e entrada em operação em 2023 e 2024”, destaca o estudo da entidade.
No que tange aos projetos de GD (geração distribuída), o levantamento avaliou que os consumidores brasileiros, influenciados pelos fatores macroeconômicos e políticos citados acima, bem como pelo início da vigência das regras de transição propostas pela Lei 14.300, adotaram uma postura mais cautelosa em relação aos investimentos em energia solar nos primeiros meses de 2023.
“Esse comportamento refletiu na redução de 60% a 70% no volume das vendas de sistemas FV no primeiro trimestre e no aumento do estoque dos distribuidores de equipamentos (…) Apesar da queda, a geração fotovoltaica adicionou à rede uma potência próxima a 4,7 GW, ainda reflexo do grande número de vendas registrado no final de 2022 aos consumidores que desejavam ser abarcados pelo direito adquirido”, informou o estudo.