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Brasil poderá expandir em 300% a capacidade renovável proveniente de PCHs

Com maior aporte em PCHs e CGHs é possível diminuir a geração de usinas termelétricas, diz vice-presidente da Abrapch
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Brasil tem potencial para investimentos da ordem de R$ 131 bilhões no setor de PCHs e CGHs. Foto: Reprodução

Os 1.192 processos na ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) comprovam que o Brasil tem potencial para expandir a sua capacidade de geração de energia renovável proveniente de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) em aproximadamente 300%.

É o que afirmou Ademar Cury, vice-presidente da Abrapch (Associação Brasileira de PCHs e CGHs). No total, cerca de 110 PCHs e CGHs estão em construção ou aguardando licenciamento.

Dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), obtidos pela Abrapch, apontam que 594 pequenas usinas estão em fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica, para que o interessado requeira o Licenciamento Ambiental pertinente nos órgãos competentes na Agência.

Outros 598 processos encontram-se em estágio de eixo disponível, que quer dizer aptos para usuários interessados no desenvolvimento de estudos de inventário hidrelétrico.

De acordo com Cury, com um maior investimento em PCHs e CGHs é possível diminuir a geração de usinas termelétricas, fazendo com que o Brasil produza uma energia mais limpa e mais barata.

“Vamos reforçar a pauta da necessidade de uma maior isonomia tributária e de incentivos em relação às outras fontes, para a viabilização comercial dos projetos disponíveis”, disse.

Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 MW de capacidade. São 1.046 usinas em operação no país. Entre as vantagens das mesmas estão a geração próxima à carga, redução de perdas, menores investimentos em transmissão, tecnologia 100% nacional, desenvolvimento científico/tecnológico e capacidade de regularização das vazões dos rios, por exemplo.

Potencial de investimentos em PCHs e CGHs

Estimativas da Abrapch apontam que o Brasil tem um potencial para investimentos da ordem de R$ 131 bilhões no setor de PCHs e CGHs. Nos últimos cinco anos, 65 PCHs e 52 CGHs entraram em operação no Brasil, totalizando 938,81 MW de potência instalada. Ao todo, as 117 pequenas usinas geraram um investimento de R$ 7,9 bilhões em diferentes regiões.

Potencial do Centro-Oeste

Outro ponto destacado pela Abrapch é que a região Centro-Oeste do Brasil tem potencial para alavancar R$ 50 bilhões em investimentos privados com a construção de PCHs e CGHs.

A previsão tem como base dados de estudo do inventário hidrelétrico disponibilizados pela ANEEL, que informam a possibilidade de implantação de 147 PCHs e 30 CGHs nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

“Seriam 384 empreendimentos a mais com novos 4.910,82 MW. Considerado que o custo para cada megawatts de energia instalada gera em torno de R$ 10 milhões, os investimentos chegariam a quase R$ 50 bilhões com a geração de, aproximadamente, 302 mil empregos diretos”, informou Alessandra Torres de Carvalho, presidente da Abrapch.

Apenas em Goiás, o inventário hídrico aponta possibilidade de 177 novos empreendimentos, 2.456 MW (PCH e CGH) e aporte de R$ 24 Bilhões. Já o Mato Grosso tem potencial para 139 pequenas usinas, 1.756 MW e R$ 17,5 bilhões em investimentos.

No Mato Grosso do Sul seriam 42 empreendimentos, 616 MW e R$ 6 bilhões em aportes. Em Tocantins o potencial hídrico permite a construção de 26 pequenas usinas, 200 novos MW e R$ 2 bilhões em investimentos.

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Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

Uma resposta

  1. “A região Centro-Oeste do Brasil tem potencial para alavancar R$ 50 bilhões em investimentos privados com a construção de PCHs e CGHs.” É uma notícia desesperadora! Povos Indígenas no MT e MS, nunca são consultados ou ouvidos, ou então são iludidos e enganados com dinheiro e falsas promessas, para permitirem essas construções, que estão diminuindo consideravelmente a biodiversidade dos rios, diminuindo o número das espécies nativas endêmicas, alterando sua quantidade e tamanho, sendo uma verdadeira sentença de morte para os rios e populações indígenas. A monocultura que é alimentada por essas PCHs e CGHs termina o serviço, com seus venenos chamados agrotôxicos, eliminando toda a gama de insetos, abelhas, borboletas, pássaros, repteis e animais selvagens, o solo vira terra morta. Poucos fazendo muito dinheiro, se autodestruindo e acabando com tudo, em prejuízo de todos…

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