CCEE reúne agentes para debater melhorias no monitoramento do mercado

Modelo prudencial foi proposto para prevenir riscos de liquidez na comercialização de energia
17-03-23-canal-solar-CCEE reúne agentes para debater melhorias no monitoramento do mercado
Encontro sobre Segurança de Mercado realizado pela CCEE nesta quinta-feira (16) reuniu mais de 300 agentes do mercado de energia. Foto: Arquivo CCEE

A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) reuniu nesta quinta-feira (16) agentes de vários segmentos do setor elétrico para apresentar as principais propostas para o monitoramento prudencial.

O novo modelo, em debate na Consulta Pública 011/22 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), foi inspirado, segundo a Câmara, nas melhores práticas do mercado financeiro e visa evitar riscos de liquidez no ambiente de compra e venda de energia.

Logo na abertura do encontro, Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE, comentou sobre a importância das mudanças previstas. “Hoje, mesmo com as melhores ferramentas disponíveis, não é possível antever potenciais riscos. Por isso estamos empenhados em mudar essa realidade e dar mais tranquilidade e segurança aos investidores”.

Uma das principais mudanças será a solicitação periódica de informações sobre o patrimônio e a alavancagem dos comercializadores e geradores que negociam energia elétrica, o que permitirá que a entidade avalie as movimentações do mercado. Com isso, esperam identificar com mais agilidade condutas anômalas e evitar impactos com eventuais casos de inadimplência.

Evento é dividido em 3 painéis

No primeiro deles, Roseane Santos, conselheira da CCEE, detalhou como será o monitoramento sombra, um período para observação da aplicabilidade das novas regras.

“Será uma fase de conscientização, sem penalidades, e com a máxima segurança possível no tratamento dos dados. As informações serão criptografadas e processadas em um ambiente de computação totalmente confidencial preparado pela CCEE”, destacou.

Na ocasião, Fernando Colli, assessor da diretoria da ANEEL, mencionou que o Brasil está entre os 10 maiores mercados de energia do mundo e que precisa de aprimoramento nas operações.

O executivo também reforçou que os agentes podem, até 17 de abril, contribuir com sugestões na Consulta Pública 011/22, para uma construção coletiva das novas regras.

O debate ainda contou com a presença de Rodrigo Ferreira, vice-presidente do FASE (Fórum das Associações do Setor Elétrico), que lembrou a resiliência do setor diante dos desafios enfrentados na pandemia da Covid-19 e durante o período de escassez hídrica, em 2021.

O segundo painel abordou as Metodologias de Risco para executivos da área. A conversa, mediada pela conselheira Roseane Santos, teve a participação dos debatedores Alan Genaro, sócio-gerente da Riscométrica, Alexandre Viana, CEO da Thymos Energia, e Vitor Gonçalves, especialista de Segurança de Mercado na CCEE.

O terceiro e último painel tratou da Plataforma de Monitoramento Prudencial e dos testes de segurança que estão sendo realizados pela Câmara de Comercialização para assegurar a confiabilidade do sistema que será usado no monitoramento prudencial.

O debate voltado para profissionais da área de tecnologia foi coordenado por um time de especialistas em Tecnologia e Segurança de Mercado da CCEE: Marcelo Molina, Helen Apolinário, Edson Lugli e Gabriel Brito.

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias Relacionadas

Receba as últimas notícias

Assine nosso boletim informativo semanal