O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), vinculado ao MME (Ministério de Minas e Energia), realizou uma reunião na quarta-feira (8), onde discutiu medidas para garantir o suprimento elétrico do país até o final do período seco de 2025 e além.
Com base nos dados apresentados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a situação dos reservatórios segue dentro das expectativas, com projeções que asseguram a estabilidade do SIN (Sistema Interligado Nacional) até março de 2026.
De acordo com o ONS, os reservatórios apresentam um desempenho melhor do que no ano passado, o que contribui para a segurança energética do Brasil, mesmo em um cenário desafiador, com baixa geração eólica e condições hidrológicas desfavoráveis.
Em alguns casos, será necessária a geração térmica adicional para atender à demanda, além do esforço para maximizar a produção das hidrelétricas, como a UHE de Itaipu e as usinas do Rio São Francisco.
Preparações para eventos de grandes impactos
Outro ponto discutido foi a preparação do sistema elétrico para atender aos próximos grandes eventos nacionais, como a PND (Prova Nacional Docente e o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
O Comitê solicitou que o ONS apresente um planejamento detalhado sobre a operação do sistema elétrico durante esses eventos.
Condições hidrológicas e previsões para outubro
Em relação às condições hidrometeorológicas, o mês de setembro apresentou precipitações abaixo da média em boa parte das bacias do SIN, com exceção das regiões Sul e Norte, onde a chuva foi mais significativa.
O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) apresentou previsões para as próximas semanas, com expectativa de chuvas na média histórica para a bacia do Rio Paraná e abaixo da média nas bacias do Rio São Francisco, Araguaia-Tocantins, Madeira, Uruguai e Jacuí.
Para o mês de outubro, as previsões indicam que a ENA (Energia Natural Afluente) deverá ser de 70% da Média de Longo Termo para o SIN, o que representa o 16º menor valor para o mês nos últimos 95 anos.
Ao final de setembro, foram verificados armazenamentos equivalentes de 50%, 91%, 54% e 82% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. No SIN, o armazenamento foi de aproximadamente 56%.
Para o último dia de outubro, conforme estudos prospectivos apresentados, a expectativa é de 44,7%, 93,9%, 47,6% e 69,4% da EARmáx (Energia Armazenada máxima), considerando o cenário superior para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente.
No cenário inferior, há a previsão de 43,5%, 66,4%, 47,6% e 69,2% da EARmáx, considerando a mesma ordem. Para o SIN, a previsão varia entre 47,1% e 50,0% da EARmáx.
O Comitê também destacou os investimentos em expansão da geração e transmissão no Brasil. Até setembro de 2025, o país já registrou a adição de 5.960 MW de capacidade instalada de geração e 3.625 km de novas linhas de transmissão.
Um marco importante foi a entrada em operação da linha de transmissão Manaus-Boa Vista, que conecta o estado de Roraima ao SIN, com 725 km de extensão e capacidade de 500 kV.
Atenção ao Acre e ações regionais
A ANEEL apresentou também um relatório sobre o desempenho da interligação elétrica no estado do Acre, em especial nas regiões de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, que recentemente foram integradas ao SIN.
A agência detalhou as ações para melhorar a qualidade do fornecimento elétrico e reduzir os desligamentos forçados.
Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: redacao@canalsolar.com.br.