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Como a vacinação contra a Covid-19 impacta o setor solar?

Especialistas comentam como a vacinação pode influenciar o mercado fotovoltaico brasileiro

Autor: 17 de fevereiro de 2021Brasil
5 minutos de leitura
Como a vacinação contra a Covid-19 impacta o setor solar?

Com o avanço da vacinação contra o coronavírus no Brasil, e em diversas partes do mundo, uma luz no fim do túnel se acendeu. 

Investidores, profissionais e consumidores do setor solar estão otimistas e confiantes que o início da vacinação impactará positivamente o mercado fotovoltaico brasileiro.

“Com a chegada das primeiras doses da vacina, notamos que a esperança dos comerciantes ganhou um empurrãozinho. Com a notícia das primeiras vacinações a mudança no ânimo dos clientes já pode ser notada”, relatou Ricardo Rizzotto, proprietário da EOS Solar, empresa especializada na instalação de sistemas fotovoltaicos.

O empresário ainda contou que esteve recentemente em Florianópolis conversando com alguns comerciantes locais. As conversas mostraram que muitos empreendedores esperam que antes da metade deste ano, as coisas voltem à normalidade.

“As empresas vão notar que, com ou sem crise, seus gastos com energia elétrica continuam. Portanto, nosso setor vai apresentar um crescimento ainda maior que em 2020”, destacou.

Quem concorda com Rizotto é Guilherme Nagamine, diretor executivo da L8 Energy. “O início da vacinação no Brasil terá com certeza um impacto positivo no mercado solar. Considerando o impacto psicológico da visualização de uma luz no final do túnel, já faz com que o mercado reaja com mais ânimo e que os profissionais comecem a agir positivamente para a retomada do mercado”, afirmou o executivo.

Para Luís Lima, diretor da Minha Casa Solar, com o início da vacinação há uma mudança de expectativas de clientes receosos. “Está só no começo, mas percebo que com o seu início há uma mudança de expectativas. Todos os clientes receosos se questionam: será que compro agora? Eles também começam a sentir que o problema está passando, que irão superar e voltarão a crescer. Então, aqueles orçamentos que estavam parados, que nem se iniciaram em virtude do receio dos consumidores em relação à economia, são reativados”, comentou o executivo.

“Todos esses clientes já voltaram a ter uma propensão maior a gastar, a comprar, a investir e nós do segmento fotovoltaico estaremos prontos para poder apoiar e fornecer essas soluções”, acrescentou. 

Cadeia produtiva

Embora seja vista com bons olhos o andamento da vacinação no Brasil, profissionais e investidores receiam que uma retomada positiva pressione ainda mais a cadeia produtiva, que atualmente sofre com a falta de matéria-prima e dificuldades com o transporte marítimo globalmente.

Para a especialista em comércio exterior Wendy Verjovsky, CEO da WM TRADING, o mundo persegue sistematicamente a vacina como uma tentativa para reparar o trauma coletivo e o dano provado pela Covid-19. 

Ela ainda enfatiza que o futuro é incerto. “Como não está claro o que vai acontecer no próximo mês, as empresas não conseguem criar um plano de ação para os próximos três anos e, portanto, são forçadas a agirem mais devagar do que elas estão acostumadas. Percebemos que houve um crescimento dos projetos do setor solar em 2020, em relação a 2019, mas muitos projetos foram adiados e continuam postergados em 2021”.

Edson Marasco, fundador da MCM Solar Energy, empresa representante da Fotofix, afirma que está atento às movimentações do setor solar e se preocupa com o impacto da vacinação no mercado solar. “Vejo variantes impactando no abastecimento de forma geral. Entre eles, a inconstância cambial e o alto custo de frete da China. Tudo vai depender da liberação de créditos para o setor. Acredito numa melhora fundamental após seis meses do início da vacinação no Brasil”, comenta.

O empresário Ricardo Rizzotto, proprietário da EOS Solar, também está preocupado, porém está confiante que neste ano o setor continuará se expandindo. “O fator preocupante para o deslanche do setor é a falta considerável de materiais e os preços absurdos dos periféricos, como cabos de cobre, alumínio, parafusos entre outros. Com a escassez e a alta do dólar, os preços chegaram a dobrar, fazendo com que clientes que já possuíam orçamentos, esperem o preço normalizar. Precisamos concentrar esforços em aumentar a oferta de produtos no setor, para que com preços baixos, e consumidores confiantes, façamos de 2021 o melhor ano para solar”, destaca Rizzotto.

“Para 2021, a percepção é que a produção fabril seja normalizada. Estamos começando a entrar em um ritmo mais regular e com produtos para atender o mercado com preços interessantes e ainda disponibilidade de equipamentos para atender as expectativas positivas que começam a existir na nossa economia”, ressaltou o diretor da Minha Casa Solar. 

Já Adalberto Maluf, diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD do Brasil, espera um aumento expressivo do setor com a imunização contra a Covid-19 no Brasil. “Mesmo com a pandemia, o setor solar fotovoltaico deve crescer mais de 50% em 2021. E com a vacinação, o setor poderá surpreender ainda mais”, afirma.

Mesmo em meio à pandemia, o segmento de GD (geração distribuída) fotovoltaica registrou forte alta. Segundo levantamento da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a geração de energia solar cresceu 64% em comparação com 2019. Em 2020, o Brasil foi de 4,6 GW para 7,5 GW de potência instalada.

Ericka Araújo

Ericka Araújo

Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

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