Com colaboração de Fernando Schmidt*
Muito se discute de módulos de alta potência serem o caminho natural da indústria fotovoltaica. Os módulos de 300 Wp de 2018 e 2019, deram lugar aos módulos de 400 Wp a 500 Wp em 2020 e 2021 e agora percebemos a marca de 600 Wp sendo atingida.
Ainda que a eficiência esteja bastante estagnada na faixa de 20 a 22%, a evolução é bem-vinda, apesar da área por painel aumentar, reduzem-se custos com estruturas de fixação, reduz-se o tamanho de módulos na string e o custo nivelado da energia é também reduzido (LCOE). Para isso acontecer, é natural que haja incremento ou na corrente, ou na tensão (em alguns casos nas duas).
Para analisar a evolução dos sistemas, comparamos um, de grande vazão de vendas, da época de 2019 com potência de 5 kW a um similar, porém atualizado para o ano de 2022.
Primeiramente podemos analisar o módulo
Modelo | JKM335PP-72 | JKM530M-72HL4-TV |
Potência (W) | 335 | 530 |
Isc/Imp (A) | 9,43/8,82 | 13,71/13,02 |
Voc/Vmp (V) | 46,1/38 | 49,35/40,71 |
Comprimento x Largura (mm) | 1956 x 992 | 2274 x 1134 |
Tam. da célula (mm) | 158,75 | 182 |
Eficiência | 17,26% | 20,55% |
Coeficiente de potência | -0.38%/℃ | -0.35%/℃ |
Coeficiente de tensão | -0.31%/℃ | -0.28%/℃ |
Constatamos o quão robusta a tecnologia se tornou com a adoção das células de 182 mm. Especialmente o aumento da corrente precisa ser analisado com cautela, este afetará diretamente a produção energética do sistema, visto que o inversor limitará a potência, caso os 13,02 A não sejam suportados.
Destaca-se ainda, da tabela a redução dos coeficientes de temperatura, que possibilitam maiores strings e menor perda de potência por conta de temperatura.
Não presente nessa tabela, mas de importante menção, é o coeficiente de degradação, que reduziu o suficiente para a fabricante aumentar a sua garantia de performance de 25 para 30 anos.
Quanto aos inversores, das duas épocas, à esquerda, o comercializado pela PHB, em 2019, e à direita, em 2022. A quantidade de strings e de MPPTs manteve-se a mesma para os dois.
Modelo | PHB5000D-NS | PHB5000T-DS |
Potência (W) | 5000 | 5000 |
Imp (A) | 11 | 13 |
Voc (V) | 580 | 600 |
Tensão de partida (V) | 120 | 80 |
O inversor, assim como os módulos, evoluiu nos principais aspectos. A corrente de entrada aumentou, assim como a máxima tensão. A tensão de partida do inversor reduziu, dessa forma, podendo trabalhar com menos módulos ou com irradiância menor, aumentando seu período de operação, e consequentemente a energia gerada.
Pode-se analisar imediatamente que o inversor de 2019, se utilizado com o módulo de 2022 poderia causar uma perda de performance do sistema. Este operaria sempre, a no máximo, 11A. A potência, para este caso, nas condições STC seria próximo a 448W. Fazendo muito mais sentido trabalhar com o Jinko de 335W para atingir a melhor performance do sistema.
O sistema, anteriormente mencionado, seria composto dos seguintes itens, considerando um overpanneling mínimo de 25%.
Modelo | 2019 | 2022 |
Qtd. De módulos | 19 | 14 |
Configuração das Strings | 10/9 | 7/7 |
Potência CC (W) | 6365 | 6360 |
Voc (V) | 461/414,9 | 345,45 |
Corrente de operação (A) | 8,82 | 13,02 |
Observamos que a potência do sistema se manteve praticamente idêntica, porém necessitou de 5 módulos a menos. O nível de tensão caiu mais de 100V e a corrente subiu quase 5A. Isso torna essencial a escolha do inversor e dos módulos para composição do kit fotovoltaico.
Os integradores devem buscar soluções de alfaiataria para atender os seus clientes, uma vez que cada cliente terá diferentes necessidades, dentre elas: local de instalação, disposição dos módulos em diferentes orientações e inclinações e orçamento. Isso se refletirá em diferentes escolhas de projeto, uma escolha certeira do equipamento pode contribuir para um cliente bem satisfeito e futuras indicações.
Os inversores desempenham um papel fundamental exatamente nessa escolha, com a penetração de módulos bifaciais, N-Type e com células de 210mm encontramos muitas vezes um desequilíbrio com as correntes.
Não basta mais multiplicar a quantidade pela potência de módulos para se encontrar a potência do sistema. Deve-se considerar a máxima corrente suportada pelo inversor.
Por estes motivos, na PHB, escolhemos a dedo, as principais marcas de módulos fotovoltaicos para que nossos integradores possam extrair o máximo do seu sistema. Comercializamos módulos compatibilizados com nossos inversores e apenas das maiores marcas mundiais, com as maiores notas nos principais rankings.
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* Engenheiro Eletricista na PHB Solar, com graduação e mestrado na área de Sistemas Fotovoltaicos e Qualidade de Energia pela Universidade Federal de Santa Maria (RS). Trabalha no ramo de geração fotovoltaica desde 2018, atuando no desenvolvimento de projetos de Minigeração Distribuída e Autoprodução de Energia. Na PHB Solar atua na área de treinamentos e concepção de soluções para grandes usinas fotovoltaicas.