Consumo de energia elétrica do Brasil fica estável, aponta CCEE

Redução da demanda no ambiente regulado está associada ao crescimento da GD

Após dois meses consecutivos de queda, o consumo de energia elétrica no Brasil se manteve estável, encerrando janeiro com demanda de 66.794 MW médios, volume semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado.

A informação prévia é do Boletim InfoMercado Quinzenal da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

A estabilidade mostra uma leve recuperação do Mercado Livre, mantida especialmente por uma demanda maior do ramo metalúrgico. Nesse segmento onde a indústria e grandes empresas compram energia, o consumo foi de 23.566 MW médios, 1,8% maior no comparativo anual.

Já o mercado regulado, que atende residências e pequenas empresas, foi o responsável por boa parte do consumo do país, 43.229 MW médios, porém seguiu pelo terceiro mês consecutivo em queda, desta vez com uma leve redução de 0,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

A CCEE associa a redução da demanda no ambiente regulado principalmente ao crescimento da GD (geração distribuída). Segundo a Câmara, se não houvesse esse tipo de sistema, esse ambiente teria crescido 2,0% na comparação com janeiro do ano passado.

Consumo por ramo de atividade econômica

A Câmara de Comercialização também acompanha a demanda por eletricidade em 15 setores no Mercado Livre. No comparativo anual, as maiores taxas de aumento foram registradas nos ramos de Extração de Minerais Metálicos (10%), Metalurgia e Produtos de Metal (6%) e as indústrias de Alimentos e Bebidas, ambas com 4% de aumento. Entre os que tiveram as maiores quedas estão os setores de Químicos (-3%), Têxteis (-6%) e Minerais Não-Metálicos (-7%).

Consumo por região

Na avaliação regional, destaque para o Nordeste, região onde quase todos os estados tiveram consumo maior em janeiro, principalmente o Maranhão, que avançou 43% no comparativo anual, a maior taxa do país no período. Já o Mato Grosso do Sul teve a maior queda, 7%, seguido por Rio Grande do Sul (-5%) e Rio de Janeiro (-4%).

Geração de energia elétrica

De acordo com o boletim da CCEE, as hidrelétricas seguem ocupando papel de destaque no fornecimento à rede, com produção de 54.873 MW médios, volume 4,5% maior na comparação com o mesmo período do ano passado.

Consequentemente, as termelétricas reduziram sua participação em quase 45%. As fontes alternativas também seguem ganhando mais espaço e em janeiro as fazendas solares geraram 70% mais eletricidade, enquanto os parques eólicos avançaram quase 40%.

O período favorável para geração de energia elétrica também permitiu ao Brasil exportar 1.133 MW médios para a Argentina em janeiro.

Foto de Ericka Araújo
Ericka Araújo
Líder de Comunicação do Canal Solar. Host do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado de energias renováveis. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Os comentários devem ser respeitosos e contribuir para um debate saudável. Comentários ofensivos poderão ser removidos. As opiniões aqui expressas são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a posição do Canal Solar.

Receba as últimas notícias

Assine nosso boletim informativo semanal

<
<
Canal Solar
Privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.