Em 2022, o consumo de eletricidade do país registrou crescimento de 1,2% na comparação com o ano anterior. A maior contribuição veio do setor de comércio e serviços, embora caracterizado por menor intensidade de consumo de energia elétrica em comparação com a indústria.
No ano passado, o consumo total de eletricidade do setor de comércio e serviços cresceu 5,4% comparado a 2021, atingindo o valor de 92,5 TWh. Segundo o Boletim Trimestral de Consumo de Eletricidade da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), esse resultado já é maior do que o registrado antes da pandemia de COVID-19 no ano de 2019 (92,1 TWh).
A retomada da atividade de serviços presenciais ajudou no crescimento do setor. Neste segmento, destaca-se o crescimento do consumo nas regiões Sul (+6,9%), Norte (+6,8%) e Centro-Oeste (+5,5%).
Já o consumo da classe residencial cresceu 1,1% no ano passado, atingindo o valor de 153 TWh. A alta do consumo da classe foi puxada pelo aumento da base de consumidores residenciais (+3,6%), já que o consumo residencial médio caiu (-2,4%).
No ano de 2022, Norte (+5,8%), Sul (+3,7%) e Centro-Oeste (+1,0%) apresentaram expansão de consumo de eletricidade da classe; enquanto Nordeste (+0,1%) e Sudeste (0,0%) registraram estabilidade.
Na indústria, a expansão foi de 0,4%, atingindo 183 TWh. Sete dos dez setores mais eletrointensivos da indústria aumentaram seus consumos, com destaque para papel e celulose (+5%) e produtos alimentícios (+3,8%). No primeiro caso, as paradas para manutenção de grandes unidades autoprodutoras elevaram o consumo na rede.
Os demais setores com alta no consumo de eletricidade foram: produtos de borracha e material plástico (+2,4%), produtos químicos (+2,1%), metalurgia (+1,3%), extração de minerais metálicos (+1,0%) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+0,3%).
4º trimestre
O consumo nacional de energia elétrica cresceu 1% no quarto trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2021. Entre as principais classes de consumo, destaca-se a alta de 3,3% observada na classe residencial e de 1,6% na classe comercial, enquanto a classe industrial apresentou estabilidade (+0,1%).
No caso das residências (39,3 GWh), o crescimento do consumo parece estar relacionado às temperaturas mais elevadas em algumas regiões. Além disso, o cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução da desocupação e crescimento do rendimento médio real em relação ao mesmo período de 2021, pode ter influenciado no desempenho dessa classe.
O consumo industrial (46 TWh) apresentou estabilidade na comparação com o quarto trimestre de 2021. No entanto, seis dos dez ramos mais eletrointensivos da indústria apresentaram elevação do consumo de energia elétrica. Merecem destaque os setores de metalurgia (+4,7%), automotivo (+3%) e fabricação de produtos alimentícios (+2,6%).
No caso do setor comercial (23,3 TWh), a alta está associada à expansão da atividade de serviços. A taxa desacelerou em relação aos seis trimestres anteriores. Foi a menor taxa desde o segundo trimestre de 2021. Clique aqui para ler o relatório completo.