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Cresce número de brasileiros dispostos a apostar em renováveis

Estudo apontou ainda que o desejo de gerar energia em casa se manteve acima de 90% da população

Autor: 1 de setembro de 2021Brasil
6 minutos de leitura
Cresce número de brasileiros dispostos a apostar em renováveis

De acordo com estudo realizado pelo Datafolha, e encomendado pela Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), cresceu o número de brasileiros dispostos a pagar um preço maior para incentivar a geração de eletricidade a partir de fontes renováveis.

Em 2020, o levantamento apontava que 39% dos consumidores estavam dispostos a apostar em energia limpa. Já em 2021, este número chegou próximo da metade da população (46%).

Entre os que pagariam um valor mais elevado, estão majoritariamente os homens (16 a 24 anos), os PEA (Economicamente Ativos), os que desejam gerar energia em casa e os que desejam escolher a empresa fornecedora. Tendencialmente, também é maior entre moradores do Norte/Centro-Oeste.

“Em meio à pior crise hídrica histórica enfrentada pelo país, sem dúvida, podemos confirmar que a descentralização para geração elétrica é o caminho para o desenvolvimento sustentável. Permitir com regras mais justas e transparentes pelo empoderamento do consumidor em produzir sua própria energia por fonte renovável gerará impactos positivos a economia, sociedade e meio ambiente”, disse Jackson Chirollo, CEO da Edmond Tech.

Segundo o executivo, o PL 5.829 recentemente aprovado no Congresso, objetiva, entre várias fontes renováveis, tornar a solar mais inclusiva e garantir amparo legal aos brasileiros que desejam gerar sua própria energia.

Leia mais: PL 5829: principais mudanças impostas pelo Marco Legal da GD

“Completando 10 anos em abril 2022, da primeira resolução normativa que permite a própria geração de energia pelos consumidores de pequeno e médio porte, verificamos que a curva exponencial de crescimento aconteceu nos últimos 4 anos e atingiu apenas aproximados 1%, em um universo com mais de 82 milhões de unidades consumidoras”, acrescentou.  

Fatores que elevaram o interesse dos consumidores

Para Chirollo, são muitos os fatores que contribuíram para os brasileiros apostarem cada vez mais em renováveis, como por exemplo as mudanças de hábitos durante a pandemia da Covid-19, que levou a população a ter um olhar mais atento em vários aspectos do cotidiano. “Inclusive os gastos com energia elétrica, sem desconsiderar o forte movimento mundial sobre a pauta das ações contra as mudanças climáticas, sensibilizadas por atitudes individuais de como é possível contribuir de alguma forma com um propósito muito maior, nosso planeta”. 

“Ademais, desde 2015 a tarifa de energia aumentou mais de 100%, e em 2021 o país vive a maior crise hídrica e energética nos últimos 90 anos, levando ativações de usinas térmicas poluentes com custos elevadíssimos pagos pelos consumidores finais, além de fortes emissões de GEE (gases de efeito estufa)”, ressaltou. 

Na visão do especialista, “a cada mês, semana, todos os dias, os brasileiros têm sempre bons motivos e estão mais confiantes em gerar sua própria energia por fontes renováveis. Encerramos o mês de agosto 2021 com o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciando contínuos aumentos de taxas extras na conta de luz nos próximos meses e o presidente Bolsonaro pedindo à população que apague ‘um ponto de luz em suas residências’ para economizar eletricidade”. 

“Sem dúvidas, muitos brasileiros irão apostar em sua independência pela própria geração e em breve no armazenamento em baterias. É apenas questão de tempo. E temos uma disrupção energética, seguindo países que já adotaram a solar fotovoltaica como a fonte do futuro e a única que permite a democratização energética”, enfatizou. 

Portanto, de acordo com o CEO da Edmond, a solar, pela sua modularidade e rápida implementação, é a única forma de possibilitar a adoção em massa de geração própria de energia elétrica por fonte limpa e sustentável, seja em residências, comércios ou qualquer tipo de estabelecimento em grandes centros habitados. 

“Possibilitando assim, a médio longo prazo uma maior independência da geração centralizada em razão de já termos as hidrelétricas ameaçadas por crises hídricas ou térmicas com elevadas emissões de GEE. Além dos impactos prejudiciais à sociedade, meio ambiente e grandes perdas devido às distâncias dos consumidores de energia”, concluiu. 

Geração de energia em casa

O Datafolha ressaltou ainda que o desejo de gerar energia elétrica em casa, seja por meio de energia solar ou por outras fontes renováveis, se manteve acima de 90% da população pelo terceiro ano consecutivo, percentual abaixo deste índice apenas entre os brasileiros com 60 anos ou mais (87%), pessoas com apenas o ensino fundamental (87%) e pessoas das classes C/D (88%). 

“A geração de eletricidade por meio da solar é necessária atualmente para diversificar a matriz energética brasileira, atender a crescente demanda e explorar mais fontes renováveis visando a proteção ambiental. Dessa forma, os pequenos consumidores de energia desejam cada vez mais utilizar a tecnologia fotovoltaica a seu favor”, disse Willy Zulke, executivo de vendas do setor de Energias da ARaymond Brasil. 

“Porém, essas novas instalações fotovoltaicas devem considerar soluções profissionais para fixação de módulos, gerenciamento de cabos e aterramento, visando aumentar a vida útil desses sistemas e obter melhor aproveitamento a longo prazo”, completou.

Preço da energia

Outro ponto destacado pela pesquisa é que a cada 10 brasileiros, 8 consideram o preço da energia elétrica caro ou muito caro. Os impostos ainda são vistos como o principal vilão para o custo ser elevado no Brasil, embora apresente tendência de redução no protagonismo. 

Nesta medição aumentaram as menções a uma interferência excessiva do governo e ao desperdício de energia como razões para o alto custo, mesmo que os impostos e a falta de concorrência ainda continuem sendo as duas principais justificativas. 

Escolha do fornecedor

Ademais, o relatório indicou que o apoio dos brasileiros à possibilidade de escolher a empresa que fornece eletricidade continua alto (81%), sendo o maior percentual da série histórica. Atrelado a este apoio existe a percepção da maioria da população de que o preço da energia tende a diminuir caso isso ocorra. 

Troca de fornecedor 

A intenção de trocar de operadora numa situação de livre escolha também atingiu o maior patamar da série histórica, com sete em cada dez brasileiros indicando que trocariam de empresa caso isso fosse possível. 

Embora o preço continue sendo o principal motivador para esta troca (64%), a procura por energia limpa manteve a tendência de crescimento verificada nas últimas ondas e se isolou como segunda razão para a troca com 20% das citações. 

Consumo de energia na pandemia

Para a maioria dos brasileiros houve percepção sobre aumento do consumo e custo da eletricidade durante a pandemia, além da redução na renda familiar. Se por um lado o brasileiro viu o consumo aumentar, por outro isso despertou a necessidade de buscar economizar para tentar reduzir a conta de luz.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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