Analisar e refletir sobre as melhores estratégias para a criação de hubs de H2V (hidrogênio verde) em portos e polos industriais, tomando como foco Camaçari, na Bahia, e Suape, em Pernambuco.
Esse foi o objetivo de um seminário realizado, nesta segunda-feira (19), na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Mariana Espécie, diretora de Transição Energética do MME (Ministério de Minas e Energia), participou durante o painel “Enquadramento Estratégico dos Hubs de H2V”, que teve como intuito construir um enquadramento institucional.
Durante sua fala, ela destacou que o Brasil possui, hoje, uma estratégia clara para o desenvolvimento de uma economia do hidrogênio, incluindo a estruturação de hubs de energia, com o engajamento do MME em diferentes frentes.
“Com a publicação do Plano Trienal 2023 – 2025 do PNH2, o Brasil passou a ter ambições claras, com marcos temporais sólidos. Além de ampliar em sete vezes os investimentos anuais em pesquisa, desenvolvimento e inovação em hidrogênio no país, também estamos considerando a consolidação de hubs como parte dessa estratégia”, disse.
“Vemos a possibilidade de maior integração de infraestruturas como um dos mecanismos que auxiliarão na redução de custos e ganhos de produção em escala do hidrogênio de baixa emissão. Entender as possibilidades que se apresentam para o Brasil nessa corrida será fundamental para o endereçamento de políticas públicas que fomentem esse processo”, pontuou.
Além do MME, representantes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) participaram desse primeiro painel. Os outros dois tiveram como debate as perspectivas, desafios e potencial do Hub H2V de Camaçari (BA), além de examinarem o porto e o polo industrial de Suape (PE).
PNH2
No Plano de Trabalho Trienal 2023-2025 do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), lançado recentemente pelo Ministério de Minas e Energia, uma das estratégias de hidrogênio para o país é a consolidação de hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil até 2035.
As outras duas estratégias no PNH2 são a disseminação de plantas piloto de hidrogênio de baixa emissão de carbono em todas as regiões do país e a consolidação do Brasil como o mais competitivo produtor da commodity no mundo.
Hubs de H2V
Segundo o MME, os hubs de H2V consistem em centros geográficos que envolvem uma cadeia de atividades de produção, transporte, entrega e uso final de hidrogênio em aplicações em diferentes setores produtivos, com o objetivo de, a partir de unidades produtivas de H2V, atender dois tipos de demanda: do mercado interno, seja no hub ou em indústrias localizadas em outros sítios e para exportação.