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Dia da Mulher: histórias que fortalecem o setor solar brasileiro

Participação feminina no mercado cresceu 60% nos últimos cinco anos, segundo dados do CAGED

Autor: 8 de março de 2022março 28th, 2022Brasil
6 minutos de leitura
Dia da Mulher: histórias que fortalecem o setor solar brasileiro

Participação feminina no mercado de energia solar tem crescido todos os anos. Foto: Oeste Energia/Divulgação

A importância da igualdade de gênero e da inclusão das mulheres no mercado de trabalho, de modo a reduzir diferenças entre cargos e salários, não é uma novidade no Brasil.

Dados publicados pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), apontam que a participação feminina no mercado de tecnologia cresceu 60% nos últimos cinco anos, passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2020. 

Já os dados da última atualização do IRENA (Agência Internacional para as Energias Renováveis) sobre a participação das mulheres no setor de energias renováveis, mostrava que dos 11,5 milhões de empregos criados no segmento em todo o mundo em 2019, cerca de 32% foram preenchidos por profissionais do sexo feminino.

Neste sentido, para marcar o Dia Internacional das Mulheres, celebrado nesta terça-feira, dia 8 de março de 2022, o Canal Solar conta a história de mulheres em diferentes estágios de formação dentro do setor de energia solar fotovoltaica no Brasil. 

Dia da mulher no setor solar

Marina Rosa 

Natural de Porto Alegre (RS), Marina Rosa Silva encontrou na energia solar um propósito de vida. Há menos de um ano e meio, ela e seu marido abriram a GreenTech, uma empresa que comercializa sistemas fotovoltaicos.

Ela conta, contudo, que antes de tomarem a decisão, o casal chegou a abrir uma filial da TIM, o que acabou não os satisfazendo profissionalmente. “O problema nunca foi o trabalho, mas a falta de propósito que ele gerava em nós. Quando você trabalha demais e sem propósito, você automaticamente não se sente estimulado”, disse ela.

Marina Rosa Silva encontrou na energia solar um propósito de vida. Foto: Arquivo pessoal

A partir daí, ela decidiu estudar e ingressar no setor fotovoltaico, que, somente, em 2021, já rendeu mais de R$ 1 milhão em vendas à sua empresa. “Descobrimos um mercado maravilhoso e que está em ascensão e traz incontáveis benefícios ambientais e econômicos para o país”, destacou. 

Marina explicou ainda que um dos principais desafios que enfrenta não são as vendas, mas lidar com o fato de ser uma mulher à frente dos negócios de uma companhia.

“No começo foi mais difícil, porque você está mais insegura sobre o seu negócio e o seu conhecimento. Mas, até hoje é um ambiente desafiador, porque muitos clientes e profissionais não esperam que uma mulher esteja à frente de um negócio, o que nos obriga a ter que saber impor ainda mais o nosso conhecimento e saber manter uma linguagem mais firme”, disse ela. 

“Nas visitas técnicas ou comerciais, por exemplo, quando você chega no local combinado com o cliente é até engraçado, porque você percebe, assim que pisa fora do carro, que ele (cliente) não está esperando por uma visita de uma mulher”, revelou. 

Apesar das dificuldades, Marina destacou que não mudaria jamais a sua decisão de abrir, com o marido, uma empresa da qual ambos são os sócios. 

“Quando mais a gente se envolve com a solar, maior é a paixão. É algo muito difícil de explicar, porque as coisas começam a fazer mais sentido em relação ao momento atual e as últimas tragédias ambientais que aconteceram em nosso país, como na Bahia e no Rio de Janeiro. (…) Poder fazer um trabalho que vai contra essas fatalidades que nós seres humanos causamos, traz uma alegria muito grande”, disse ela. 

Maria Caroline

A engenheira eletricista Maria Caroline Cordeiro, de 26 anos, começou a atuar no setor de energia solar há pouco mais de seis meses. Ela começou a estagiar na empresa Energy+, em setembro do ano passado, quando ainda cursava a faculdade. 

Maria Caroline Cordeiro começou a atuar no setor solar há cerca de seis meses. Foto: Arquivo pessoal.

Formada no final do ano passado, ela foi contratada pela empresa em janeiro de 2022 e, mesmo recém-chegada, já sabe o que quer: seguir carreira no setor fotovoltaico. “Espero, cada vez mais, conseguir me especializar na área. Ainda mais, porque estamos (empresa) começando a trabalhar com microgeração distribuída”, disse. 

“Sou uma mulher que gosta de mexer com a área de pesquisa desde a época da faculdade. Poder aplicar aquilo que aprendi e conhecer novas tecnologias é algo que está me motivando muito. Além disso, um ponto que também contribuiu muito para esse meu sentimento é o fato de a empresa ter um excelente ambiente de trabalho”, destacou ela. 

Em relação à presença de cada vez mais mulheres no mercado brasileiro de energia solar, Maria foi enfática ao dizer que acredita que ainda há muito mais espaço para todas. “Ainda não está como deveria. Temos excelentes profissionais à procura de uma oportunidade e acredito que aos poucos teremos cada vez mais mulheres atuando no setor, que hoje ainda tem uma forte predominância masculina”, comentou. 

Neuza e Arieta 

Neuza de Almeida Oliveira e Arieta de Espírito Santo. Foto: Oeste Energia/Divulgação

Em Cuiabá, na capital mato-grossense, Neuza de Almeida Oliveira e Arieta de Espírito Santo, trabalham como engenheiras na empresa Oeste Solar. Neuza conta que iniciou a carreira no ramo após trabalhar como eletricista em outras empresas, enquanto Arieta destaca que possui grande expectativa de crescer dentro do mercado fotovoltaico, em razão do fomento da tecnologia em todo planeta.

Neuza explica ainda que antes de se aventurar no segmento, procurou se preparar e fazer cursos especializados. Hoje, ela se diz apaixonada pelo setor.  “Eu gosto deste trabalho e exercemos funções iguais aos dos colegas homens”, explica. 

“Tenho expectativa de crescer na empresa e aconselho outras mulheres que gostam desse serviço que não tenham preconceito pois aqui não tem discriminação, todos trabalham igual”, ressaltou ela.

Ariete, por sua vez, preferiu valorizar não só a possibilidade de crescimento pessoal no setor, como também de outras mulheres. “Essa não é uma área só dos homens. Nós, mulheres, temos conquistado nosso espaço na área elétrica da empresa. Que venham mais mulheres para somar conosco”, destaca ela. 

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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