A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou, nesta quinta-feira (03), a abertura de uma consulta pública visando promover um empréstimo de R$ 10,8 bilhões ao setor elétrico. O valor será financiado por bancos públicos e privados.
O montante será usado para ressarcir o valor pago pelas distribuidoras, o qual custeou a geração de energia por usinas termelétricas, que atingiram seu ápice no ano passado durante a maior crise hídrica dos últimos 91 anos.
A operação, com isso, deverá evitar reajustes elevados nas tarifas dos consumidores em 2022. Os recursos, porém, serão pagos a partir de 2023, com incidência de juros, o que aumentará a conta de luz dos brasileiros. Atualmente, a energia elétrica é um dos principais “vilões” da alta da inflação no Brasil.
Neste momento, a ANEEL trabalha com a proposta de dividir o valor do empréstimo em dois momentos: uma primeira parcela (no valor de R$ 5,6 bilhões) para cobrir o saldo da bandeira Escassez Hídrica, que se encerra em abril de 2022; a importação de energia referente aos meses de julho e agosto do ano passado, além do bônus concedido aos consumidores que economizaram energia.
Já a segunda parcela (de R$ 5,2 bilhões) seria destinada para cobrir os custos das usinas contratadas no leilão emergencial de reserva de energia, realizado em dezembro do ano passado, de forma exclusiva para oferta de geração de energia via termelétricas.
Bernardo Marangon, engenheiro eletricista e diretor da empresa Exata Energia, explica que a medida adotada pela ANEEL está longe de ser algo inédito no país. Segundo ele, trata-se do mesmo modelo de financiamento utilizado em outros momentos, como na crise hídrica, de 2014 e 2015, e na Conta-Covid do ano passado. “Nesse caso, é um movimento que busca uma dívida por meio de empréstimos bancários para atenuar o crescimento da tarifa de energia em 2022”, explica.
Marangon, contudo, chama atenção para os impactos que a medida vai trazer para o país. “O Brasil terá uma conta alta para pagar em 2023 em função do acionamento das termelétricas, cujos custos não conseguem ser cobertos pelas bandeiras tarifárias e pelos encargos que os consumidores pagam. Essa conta foi assumida pelas distribuidoras e tem que ser repassada aos consumidores”, frisa ele.
Impactos no mercado
De acordo com Marangon, a alta prevista no valor das tarifas de energia em todo país a partir de 2023 estimulará os consumidores brasileiros a buscarem soluções que ajudem a economizar na hora do pagamento da fatura de luz. A principal delas, acredita ele, será a adesão aos painéis fotovoltaicos. “O custo mais elevado de energia faz com que os consumidores busquem alternativas em relação a esse aumento, o que, naturalmente, torna os investimentos em painéis solares uma opção mais rentável”, destaca ele.
Arthur Santini, diretor da Ecori Energia Solar, também possui a mesma visão de Marangon. “No ano passado a energia elétrica foi um dos itens que puxou a inflação para cima. Com isso, a energia solar se torna cada vez mais viável, porque quanto maior o custo da energia elétrica, mais rápido será o payback (retorno do investimento) do sistema”, pontua.
Morador de Campinas (SP), o engenheiro mecânico, João Henrique de Oliveira, conta que realizou, nesta semana, a instalação de 8 placas fotovoltaicas em sua residência. O objetivo dele é um só: economizar em meio aos aumentos que vêm pela frente. “A conta de luz aumentou de maneira assustadora nos últimos anos e sabemos que não vai parar por aí. Atualmente, a conta de luz de casa está em quase R$ 500 por mês e a expectativa é reduzir em mais de 80% (com a instalação dos painéis solares)”, disse o engenheiro, que ainda prevê obter um retorno do investimento em cerca de 4 anos.
Uma resposta
Vou ser bem sucinto. A verdade é que o mercado de energia elétrica virou picaretagem para gerar lucros exorbitantes para as distribuidoras e seus acionistas.
Eu pegunto: como que em pleno mês de fevereiro aonde 1MW/h está custando R$ 55,00 segundo cotação da CCEE e as concessionárias e o governo estão cobrando 20% de escassez hídrica? Minha opinião, isso é um assalto descarado contra o consumidor!
Se não houve chuva e as concessionárias tiveram prejuízo, isso é problema delas, é um risco do negócio! O consumidor nada tem haver com isso! Eu pergunto novamente: quando passado, elas obtiveram lucros dividiram ele com o consumidor?
Por favor irmãos brasileiros, vamos acordar e vamos à luta. Isso não pode continuar!