Caso a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estabeleça os cálculos da valoração dos benefícios considerando o impacto positivo da GD (geração distribuída), os consumidores que geram a própria energia pagariam somente a componente TUSD Fio B.
A avaliação é de Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), com base no estudo “Custos e Benefícios da Geração Distribuída”, realizado pela Volt Robotics.
“Esse estudo faz uma conta abrangente dos benefícios e dos custos da geração distribuída. Percebemos um resultado líquido importante, positivo pra sociedade brasileira e que equivaleria, fazendo aqui uma simplificação, à antiga alternativa 1 da consulta pública da ANEEL de 2019.
O executivo destacou que o estudo trouxe resultados bem estruturados, robustos e com uma metodologia transparente a partir de dados oficiais.
“Só explicando o que isso significa: para cada quilowatt hora de energia injetada na rede, o consumidor conseguiria compensar todas as componentes tarifárias menos a TUSD Fio B, que ele pagaria como uma forma de remuneração pelo uso da infraestrutura elétrica”, explicou.
“Então, podemos dizer com muita tranquilidade que, na nossa visão, esse seria um resultado equilibrado, correto, apropriado, completo para análise de custos e benefícios que a ANEEL tem que fazer a partir das diretrizes do CNPE que ainda não foram publicadas e estão atrasadas mais de um ano já”, avaliou.
O estudo
A análise realizada pela Volt Robotic foi apresentada durante o Encontro Nacional da ABSOLAR, realizado nesta semana em São Paulo (SP). Os estudos foram baseados na experiência internacional de instituições renomadas, como a IEA (Agência Internacional de Energia), DOE (Department of Energy) e NREL (National Renewable Energy Laboratory).
Segundo a Volt, o trabalho é o resultado de um esforço técnico para desenvolver uma metodologia transparente, baseada em dados públicos, para valoração dos custos e benefícios da GD.
O estudo também tem como objetivo servir de apoio para a aplicação da Lei 14.300, que estabeleceu que o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) deve estabelecer as diretrizes para valoração dos custos e benefícios da micro e da minigeração distribuída.
A análise destaca que sem a geração distribuída o custo da crise seca, que afetou milhares de brasileiros em 2021, seria 48,6% maior. O estudo ainda apontou que sem a micro e minigeração, o consumidor fica mais exposto ao risco de aumento de preço dos combustíveis e as perdas elétricas são maiores.
Clique aqui e baixe o estudo completo.