A conta de luz ficou mais cara nesta segunda-feira (04) para consumidores de 24 municípios do Estado de São Paulo, vinculados à área de concessão da Enel-SP. Ao todo, mais de 18 milhões de pessoas serão diretamente impactadas.
O aumento médio foi aprovado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) no dia 28 de junho e será de 12,04%, sendo 18,03% para consumidores do grupo de alta tensão (indústrias e grandes comércios) e 10,15% para clientes de baixa tensão (na maioria, residenciais).
De acordo com a Enel-SP, entre os principais fatores que influenciaram o aumento foram a inflação e os encargos setoriais. Ainda segundo a empresa, a alta das tarifas seria de 27,64%, se não houvesse um “esforço de redução” da própria companhia e do Governo Federal.
No entendimento de profissionais do setor de energia, a constante alta nos valores da conta de luz – não só da Enel-SP, como de outras distribuidoras ao longo dos últimos anos – reforça ainda mais a necessidade dos consumidores brasileiros gerarem a sua própria energia, por meio de fontes como a solar.
“O investimento em solar tem se tornado ainda mais viável e atrativo nos últimos anos pelos benefícios que ela propõe em termos de rentabilidade e energia limpa. Com a constante instabilidade de aumentos propostos pela ANEEL, a necessidade de migrar para a solar tem se tornado quase uma obrigação”, avaliou Gustavo Tegon especialista em administração de negócios e co-fundador da Esfera Solar.
De acordo com dados da ANEEL, a procura por sistemas fotovoltaicos entre os consumidores brasileiros, em meio às constantes altas nas tarifas de luz, cresceu de maneira considerável em 2022.
Entre janeiro e junho deste ano, foram mais de 247,6 mil sistemas instalados em imóveis residenciais, comerciais, rurais, industriais e relacionados ao Poder Público. Trata-se de um aumento de mais de 40% em relação aos 172,4 mil sistemas instalados no mesmo período de 2021.
Outros aumentos na conta de luz
Além dos consumidores atendidos pela Enel-SP, outros moradores do Estado de São Paulo também estão sofrendo com os aumentos na conta de luz em 2022.
Em abril, a CPFL Paulista, por exemplo, reajustou a sua tarifa em mais de 13% para consumidores residenciais. A distribuidora atende cidades de destaque no estado como Campinas, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto.
A alta anunciada foi, inclusive, um dos fatores que fizeram com que o aposentado Agostinho Duenha Filho, de 60 anos, optasse por instalar seis painéis fotovoltaicos em sua casa na primeira semana de junho.
Ele conta que aguarda apenas a troca do relógio para começar a gerar a sua própria energia. “Fizemos os cálculos e percebemos (ele e sua mulher) que vai valer muito a pena, porque vamos pagar apenas a tarifa mínima (para a distribuidora)”, comentou.
Duenha Filho explica que, no seu caso, o valor da conta de luz deverá reduzir de R$ 350,00 para menos de R$ 70,00 – uma economia que vai ajudar no custeio do plano de saúde, que também subiu recentemente.
“Estamos (ele e sua mulher) numa faixa etária que temos que nos preocupar com a saúde. Então, instalar energia solar foi uma maneira que encontramos para economizar e aliviar os nossos gastos com o plano de saúde”, concluiu.