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Especialização em BIPV garante portfólio mais atrativo para clientes

Profissionais com projetos que vão além dos módulos em telhados saem na frente dos demais, afirma Clarissa Zomer
5 minuto(s) de leitura
Sistema BIPV instalado em fachada de colégio nos Estados Unidos. Foto: Divulgação

Embelezar prédios e residências e, ao mesmo tempo, gerar energia a partir da fonte solar, proporcionando um preenchimento estético integrado às edificações é o grande objetivo dos sistemas BIPV (Building Integrated Photovoltaics) – uma aplicação que, cada vez mais, vem ganhando espaço no mercado brasileiro.

Em webinário realizado pelo Canal Solar nesta terça-feira (30), Clarissa Zomer, fundadora do Arquitetando Energia Solar, destacou as principais oportunidades de negócios que existem para a modalidade no país e garantiu: o profissional que se especializar em projetos fotovoltaicos integrados à arquitetura sai na frente dos demais.

Segundo ela, em um mercado tão competitivo como o solar, quem oferece projetos que vão além das instalações convencionais em telhados e que contenham um visual harmonioso expandem seu portfólio e, consequentemente, se destacam mais.

“Hoje, são poucos os profissionais que dominam a integração fotovoltaica na arquitetura, sendo que é um nicho muito grande a ser explorado. Quem se especializar vai se diferenciar, porque terá os melhores projetos e os melhores cases”, afirma Clarissa.

De acordo com ela, hoje em dia a grande maioria dos projetos fotovoltaicos são desenvolvidos pelos integradores apenas quando o projeto arquitetônico de uma casa ou estabelecimento comercial já está pronto.

“A gente fica sabendo de casos, como o de uma casa com 400 metros quadrados que tem um telhado tão recortado que fica praticamente sem área para geração de energia. Isso acarreta em soluções pouco eficientes e muitas vezes com estética duvidosa”, destacou.

Afinal, quais são as vantagens do BIPV?

Basicamente, um sistema BIPV consiste em módulos fotovoltaicos das mais diferentes cores e estilos (não somente azuis e pretos) e que estão integrados na construção como elementos ou materiais que fazem parte da estrutura do edifício.

Desta forma, substituem um elemento de construção convencional, em vez de se ligar a um. Além de gerar eletricidade, também podem fornecer diferentes funcionalidades adicionais para um edifício.

Por exemplo, podem fornecer proteção contra os raios do sol, isolamento térmico, proteção contra a chuva, sombreamento parcial de áreas, substituição completa de telhas, etc.

“Quando eu vejo uma colocação de módulos convencionais sobre telhados o que eu vejo é uma desintegração. Eu vejo apenas módulos solares retangulares de grandes dimensões, geralmente azuis ou pretos – que não são cores usuais em coberturas – brigando com a arquitetura da edificação”, destacou Clarissa.

Clarissa Zomer, fundadora do Arquitetando Energia Solar. Foto: Divulgação

Além disso, a profissional explica que, na grande maioria dos casos, os sistemas convencionais são instalados de acordo com a potência necessária do cliente e não pela forma existente, o que impossibilita uma integração mais harmoniosa e que preencha, por exemplo, toda a cobertura de uma edificação.

Cases atuais

Para elucidar melhor o funcionamento dos sistemas fotovoltaicos integrados à arquitetura, Clarissa citou cases recém desenvolvidos no Brasil e no mundo durante o webinário.

Um deles, por exemplo, envolve o uso da tecnologia na sede do Germinare Business do Instituto J&F, em São Paulo (SP).

O projeto desenvolvido pela Garantia Solar BIPV para o centro de educação incluiu a instalação de brises fotovoltaicas por meio de filmes finos flexíveis, que pensam apenas dois quilos e são bem mais leves que os módulos de vidro.

“Projetamos esse sistema para barrar a irradiação indesejável do edifício, reduzindo a temperatura nas salas de aulas ao mesmo tempo que conseguíssemos gerar energia a partir desta irradiação indesejável”, explicou.

Brises fotovoltaicos na sede do Germinare Business do Instituto J&F. Foto: Divulgação

Contudo, segundo ela, existem muitos outros exemplos nos quais os módulos fotovoltaicos podem cumprir diversas funções arquitetônicas, como coberturas e revestimentos das mais diferentes cores e formas.

Entre um destes exemplos, está a instalação de módulos convencionais sobre a cobertura curva do laboratório fotovoltaico da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

No local, os módulos de 1,60m x 1,00m foram propositalmente colocados na posição paisagem, compondo perfeitamente a cobertura curva, dando a impressão que os módulos são todos curvos, sendo que, na verdade, são completamente rígidos.

Sistema BIPV instalado no telhado do Laboratório da UFSC. Foto: Divulgação

 

Clarissa também trouxe exemplos internacionais de aplicações de sistemas de BIPV. Um deles foi o do edifício sede da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica.

A edificação é composta pela união de um edifício histórico e outro contemporâneo, no qual a ligação entre as duas construções se dá através de passarelas e da cobertura fotovoltaica com módulos semitransparentes.

“Temos aqui uma edificação antiga, histórica e tombada e que contou com uma ampliação. Essa ampliação se uniu à antiga por meio de uma cobertura fotovoltaica de módulos semitransparentes”.

Edifício sede da União Europeia, em Bruxelas. Foto: Divulgação

Confira abaixo o webinário completo do Canal Solar sobre sistemas BIPV, com mais informações sobre suas tecnologias e oportunidades de negócios no mercado:

 

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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