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Europa aposta no setor FV e atinge recorde em produção de energia solar

Confira os principais fatos e acontecimentos que marcaram o mercado fotovoltaico nos países europeus em 2021

Autor: 29 de dezembro de 2021janeiro 3rd, 2022Mundo
8 minutos de leitura
Europa aposta no setor FV e atinge recorde em produção de energia solar

Europa possui 357 mil vagas criadas no mercado fotovoltaico. Foto: Envato Elements

Em meio à “era climática”, a Europa busca alternativas para sua transição energética investindo em fontes renováveis e incentivando a descarbonização.

Veja os principais fatos e acontecimentos que marcaram o mercado fotovoltaico nos países europeus em 2021.

Geração de empregos

A Comissão Europeia visa aumentar para 40% a participação das fontes renováveis na geração de eletricidade até 2030, contribuindo para a geração de empregos no setor fotovoltaico.

Atualmente, a Europa possui 357 mil vagas criadas no mercado fotovoltaico, segundo o “EU Solar Jobs Report 2021″, relatório publicado e divulgado pela SolarPower Europe – organização que integra 40 associações nacionais.

O documento ainda aponta que, caso a meta da comissão seja atingida, esse número poderá ser triplicado até 2030, gerando mais 742 mil vagas no setor.

Armazenamento de energia

Além das instalações de sistemas de energia solar, as instalações de sistemas de armazenamento com baterias continuam a crescer na Europa. Segundo a SolarPower Europe, a capacidade instalada de armazenamento fotovoltaico poderá aumentar de 3 para 12,8 GWh até 2025.

De acordo com o relatório publicado pela associação, mais de 100 mil residências europeias instalaram sistemas de armazenamento com energia fotovoltaica recentemente. Esse grande número de consumidores de sistemas fotovoltaicos com baterias permite que o valor do KWh da solução caia, beneficiando novos adeptos à tecnologia.

Segundo o “European Market Outlook for Residential Battery Storage”, a Alemanha responde por 70% da capacidade de armazenamento recém-instalada na Europa.

Mais de 100 mil residências europeias instalaram sistemas de armazenamento com energia fotovoltaica. Foto: Envato Elements

Mais de 100 mil residências europeias instalaram sistemas de armazenamento com energia FV. Foto: Envato Elements

O relatório menciona ainda mais quatro países em destaque: Itália, Reino Unido, Áustria e Suíça, que, somados ao país germânico, são responsáveis por 93% dos novos sistemas fotovoltaicos e de armazenamento recém-instalados no continente.

Segundo a avaliação do relatório, o uso da combinação de energia fotovoltaica e armazenamento pode ser a chave para que a Europa se torne climaticamente mais neutra até 2050.

Geração de energia solar fotovoltaica

No ranking de produção de energia fotovoltaica da SolarPower Europe, a Alemanha se sobressai como líder no mercado solar dentro da União Europeia, seguida pela Espanha, Holanda e França, respectivamente.

Ocupando a primeira posição, no fim de 2020, o país alcançou 54,6 GW de capacidade total instalada, com mais de 2 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados. Já no final do primeiro semestre de 2021, esse número subiu para 56,3 GW.

Atualmente, o país tem cerca de 2 milhões de instalações fotovoltaicas responsáveis por 10% da geração de eletricidade em seu território. Segundo pesquisa realizada pela PV Magazine da Alemanha, hoje em dia, as residências alemãs com sistemas fotovoltaicos instalados conseguem economizar até 60% na conta mensal de eletricidade.

Investimentos e incentivos em prol das fontes renováveis

Enfrentando a crise nos preços de fornecimento de eletricidade, a nova aliança do governo alemão anunciou medidas para a aceleração de investimentos no setor de energias renováveis, entre elas, a energia solar fotovoltaica.

Para isso, o governo alemão divulgou um acordo que pretende desburocratizar o acesso aos sistemas fotovoltaicos, além de tornar obrigatório empresas investirem na energia solar como fonte de energia. Além disso, a descarbonização industrial e o fim do uso das fontes fósseis também são citados dentro do planejamento.

Eventos de inovação

A The smarter E Europe Restart 2021, realizada entre os dias 6 e 8 de outubro deste ano, em Munique, trouxe inúmeras novidades do setor. Muitas dessas inovações foram, inclusive, citadas no acordo da nova aliança política na Alemanha, destacando os sistemas agrivoltaicos e as centrais solares flutuantes.

The smarter E Europe Restart 2021 foi realizada entre os dias 6 e 8 de outubro. Foto: Intersolar Europe Restart

The smarter E Europe Restart 2021 foi realizada entre os dias 6 e 8 de outubro. Foto: Intersolar Europe Restart

A produção de módulos solares em território alemão foi também apontada como uma medida importante, que trará uma certa independência do mercado chinês, que ainda é o maior produtor dentro do setor fotovoltaico. O segmento de transporte também foi destaque com as placas solares para carros de grande porte, barcos e ônibus.

Transporte rodoviário e painéis flexíveis

O ISE (Instituto Fraunhofer de Sistemas de Energia Solar) desenvolveu módulos solares de potência para instalação em veículos comerciais no projeto “Lade-PV”. A aceitação técnica do primeiro caminhão equipado com estes módulos é um marco na direção de um transporte rodoviário de carga menos prejudicial ao meio-ambiente.

Módulos fotovoltaicos integrados no teto de um e-truck. Foto: Fraunhofer ISE

Módulos fotovoltaicos integrados no teto de um e-truck. Foto: Fraunhofer ISE

Desde o final de outubro, foi autorizado o trânsito do caminhão pelas rodovias alemãs. O veículo comercial tem um sistema fotovoltaico integrado a um sistema de baterias de alta tensão de 800 volts. A energia solar produzida diretamente no veículo, que também conta com combustível fóssil, pode cobrir de 5% a 10% das necessidades energéticas do caminhão.

Outra novidade são os módulos flexíveis comercializados pela empresa Green Akku, com uma potência de até 200 W, também desenvolvidos para instalações em barcos e veículos de grande porte.

França investe em produção nacional e centrais fotovoltaicas

Recentemente, o presidente Emmanuel Macron anunciou novas medidas para a agenda climática de 2030. De acordo com os planos da agenda, € 500 milhões serão destinados para investimentos em energias renováveis.

Entre as decisões do governo está a produção de células solares em território francês, o que irá acelerar a implantação dos projetos no país, assim como diminuir a dependência com relação aos países asiáticos.

Essas decisões já começam a surtir efeito na indústria francesa. No final de novembro, a empresa DualSun, especialista em painéis solares híbridos, inaugurou uma nova linha de produção em sua fábrica localizada em Jujurieux.

França anunciou novas medidas para a agenda climática de 2030. Foto: DualSun

França anunciou novas medidas para a agenda climática de 2030. Foto: DualSun

Por meio de subsídios concedidos pelo Ministério da Indústria da França, a empresa realizou um investimento de € 850 mil, o que triplicou a sua produção e garantiu o aumento no número de empregos.

Investindo fortemente nas instalações de centrais solares como um dos meios para a transição energética do país, a França conseguiu alcançar um recorde de potência de sistemas fotovoltaicos com relação ao último ano.

Em 2021, o país registrou 2 GW de potência instalada, um número expressivo em comparação com os 761 MW instalados em 2020. Hoje, a França possui capacidade instalada total de aproximadamente 13,23 GW.

Ainda, com um investimento de 2,2 milhões de Euros, a França acaba de colocar em funcionamento a maior usina fotovoltaica do país, com capacidade 55 MWp, desenvolvida pela Total Energies, empresa privada de fornecimento e produção de energia e gás.

A central de energia contém 126 mil painéis instalados em um terreno de 75 hectares, com capacidade para produzir cerca de 64 GWh por ano.

A imensa estrutura foi desenvolvida dentro dos padrões ambientais, com medidas para preservar a biodiversidade da área, como a criação de abrigos para morcegos e desenvolvimento de habitats para incentivar a reprodução de anfíbios.

1ª rede mundial de módulos é lançada em Glasgow

O Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, lançaram durante a COP 26 a One Sun One World One Grid (GGI-OSOWOG).

O projeto é liderado pelos governos da Índia e do Reino Unido e tem como objetivo aproveitar a energia solar, onde ela estiver disponível, para gerar eletricidade em áreas de grande necessidade.

A GGI-OSOWOG reunirá governos nacionais, organizações financeiras, entidades técnicas internacionais, legisladores, operadores de redes de energia e líderes para acelerar o desenvolvimento da nova infra-estrutura. O foco principal do projeto é reduzir o uso de fontes fósseis e permitir o acesso à energia solar a baixo custo advindas de outros países.

Entre as metas estipuladas estão:

  • Investir em energia solar, eólica, armazenamento e outra geração de energia renovável em locais dotados de recursos renováveis ​​para apoiar uma rede global;
  • Construir linhas de transmissão transfronteiriças de longa distância para conectar geradores de energia renovável e centros de demanda em todos os continentes, sustentadas por acordos de comércio de energia transfronteiriços eficazes e mutuamente benéficos;
  • Apoiar a transição global para veículos com emissão zero por meio da incorporação do papel dos veículos elétricos para ajudar a melhorar a flexibilidade da rede;
  • Atrair investimentos em minirredes solares e sistemas fora da rede para ajudar as comunidades vulneráveis ​​a obter acesso à energia limpa, acessível e confiável sem acesso à rede em suas próprias áreas, melhorando o desenvolvimento socioeconômico e um fornecimento de energia resiliente para todos.

Leia mais: O mercado de energia solar fotovoltaica está mais maduro e inteligente

Daniele Haller

Daniele Haller

Vivendo na Europa há 12 anos, trabalha como jornalista correspondente para diferentes canais de comunicação no Brasil, assim como para projetos que apoiam o desenvolvimento de brasileiros no mercado de trabalho no exterior. Graduada em Jornalismo pela Estácio de Sá do Ceará em 2008.

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