A capacidade produtiva de vidro enfrenta uma grave escassez na China, prejudicando a indústria fotovoltaica. Isso ocorre devido às limitações impostas pelo governo chinês. É o que afirma a carta assinada e publicada pelas fabricantes JA Solar, Jinko Solar, Risen, Canadian Solar e LONGi em seus respectivos sites.
No documento, direcionado ao governo chinês, os fabricantes ainda destacaram que o fornecimento de vidro e seu preço estão ‘descontrolados’, afetando diretamente a produção de módulos e dificultando a entrega de muitos pedidos no exterior, o que prejudica não apenas a reputação das empresas, mas a do próprio país.
Após apontar a crise devido à indisponibilidade do vidro para a produção de painéis fotovoltaicos, as fabricantes pedem que sejam reavaliadas as restrições com relação à produção de vidro solar no país.
O governo chinês afirma que as restrições, impostas há dois anos pelo MIT (Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China), foram adotadas por questões ambientais, já que o país pretende alcançar a neutralidade de carbono antes de 2060 e a produção de vidro é uma das indústrias que consome muita energia.
Porém, as fabricantes enfatizam que tais restrições estão provocando um gargalo na indústria fotovoltaica, pois o fornecimento de material é insuficiente.
“A capacidade de produção de vidro foi seriamente deixada para trás. O fornecimento é insuficiente e as fabricantes já enfrentaram atrasos de entrega em grande escala. Espera-se que as empresas de investimento em usinas de energia entendam a situação atual e respondam ativamente a ela para evitar ou reduzir as perdas causadas por prazos de conexão à rede perdidos”, destaca a carta.
“As fabricantes de vidros devem tomar a iniciativa e trabalhar em conjunto com as empresas de módulos para garantir o abastecimento, mantendo sempre o desenvolvimento saudável do mercado fotovoltaico numa perspetiva sustentável”, conclui o comunicado.
Em entrevista ao Canal Solar, Fernando Castro, diretor de vendas da Risen, ressaltou que empresa está trabalhando internamente para que o fornecimento volte a se regularizar antes de abril de 2021. “Esperamos muito positivamente que o governo chinês ajude a solucionar essa situação, pois o problema é muito sério e afeta todo mercado mundial neste momento de retomada”.