O Governo do Paraná vai destinar R$ 3 milhões para pesquisas na produção de hidrogênio verde (H2V), uma das principais apostas mundiais quando o assunto é transição energética para uma economia de baixo carbono.
A criação do NAPI-H2 (Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação) é uma iniciativa que envolve a Fundação Araucária e a Universidade Federal do Paraná, que já têm trabalhos importantes sobre o tema.
O objetivo geral do NAPI-H2 é estruturar a criação de uma rede de pesquisa e inovação na área do hidrogênio renovável de baixo carbono no Paraná, buscando articular ações que envolvam instituições públicas e privadas, de forma a impulsionar, principalmente, o desenvolvimento de tecnologias, a oferta de serviços, e a formação de recursos humanos especializados.
De acordo com o secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, o Paraná quer ser protagonista no desenvolvimento de energia renovável e também de fertilizantes verde, outra cadeia derivada do hidrogênio renovável – voltada à descarbonização da indústria, além de formar nova atividade econômica, competitiva, que gere emprego e valor.
Para se ter uma ideia da demanda para o fertilizante verde – produto obtido a partir do gás de síntese baseado no H2 –, 80% do mercado doméstico de fertilizantes depende de importação, que chegou a cerca de 9 milhões de toneladas anuais, uma demanda que, do ponto de vista dos fertilizantes nitrogenados importados, dobrou entre os anos de 2008 a 2018.
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O NAPI-H2 vai contribuir significativamente para o avanço do Estado nessa área, segundo o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, por ser uma organização de modelo horizontal, que envolve diversas instituições, com universidades paranaenses envolvidas e outras entidades de ciência e tecnologia parceiras, sejam nacionais, sejam internacionais.
“O Paraná tem ativos excepcionais na área de pesquisa e desenvolvimento do hidrogênio renovável, e estudos adequados à realidade do Estado. A expectativa é que o NAPI acompanhe e desenvolva as melhores práticas mundiais na área, mas voltadas à necessidade local”, diz.
Com prazo de execução do projeto de 36 meses, o NAPI-H2 reúne, em configuração inicial, 20 pesquisadores, oito bolsistas do CNPq, seis universidades do Estado e uma estrangeira, além de 13 laboratórios, empresas e institutos de pesquisa, entidades governamentais e associações.