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Hidrogênio verde caminha para ser commodity internacional

Europa, EUA, China e Austrália são hoje os principais polos de H2V, afirma líder do Laboratório de Hidrogênio da UNICAMP

Autor: 29 de novembro de 2022dezembro 2nd, 2022Canal Conecta 2022
3 minutos de leitura
Hidrogênio verde caminha para ser commodity internacional

Ennio Peres, líder do Laboratório de Hidrogênio da UNICAMP, palestra no Canal Conecta. Foto: Canal Solar

Com colaboração de Mateus Badra 

O palco do Canal Conecta recebeu, no começo da tarde desta terça-feira (29), uma apresentação de Ennio Peres, líder do Laboratório de Hidrogênio da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), sobre o andamento de projetos de H2V (hidrogênio verde) no Brasil e no mundo. 

Além de explicar a sua diferença para os demais, Peres destacou que diversos países da Europa e de outras localidades, como Estados Unidos e Japão, já sinalizam para o mundo que demandarão da tecnologia e que já estão dispostos a pagar um preço, inclusive, mais alto do que o atual. 

“Hoje, o que vemos é uma corrida de muitos países pelo hidrogênio verde para uso próprio e, principalmente, para exportação como um novo negócio, transformando-o em uma commodity internacional”, disse. 

O pesquisador comentou ainda que, atualmente, ainda existem poucos projetos de hidrogênio verde desenvolvidos no mundo. “Termos cerca de 522 projetos centrados na Europa, Estados Unidos, China e Austrália”, afirmou.

“Esses são os polos mais importantes que temos hoje de projetos de H2V para suprir a economia mundial. Lembrando que estamos falando de projetos. Ok? Vários deles ainda não entraram em operação”, ressaltou Peres. 

Aplicações em hidrogênio verde

Eduardo Tobias, sócio-diretor da Watt Capital, também esteve presente no encontro e discorreu sobre a tecnologia com foco em modelos de negócio, viabilidade econômica, projetos em desenvolvimento no Brasil e o papel da fonte fotovoltaica nesse novo mercado emergente.

No que se refere à viabilidade econômica, ele enumerou, por exemplo, os principais fatores que determinam o LCOH¹, como: custo da eletricidade (com encargos e tributos); fator de carga do eletrolisador; eletrolisador (CAPEX, vida útil, eficiência); e WACC – custo de ponderado de capital.

Eduardo Tobias, sócio-diretor da Watt Capital, durante o Canal Conecta. Foto: Canal Solar

“Discutimos a configuração de projetos, desenhos das composição de fontes elétricas para atender o eletrolisador e variáveis que impactam na competitividade da produção do H2V no Brasil”, relatou.

“Ou seja, foi abordado essa dicotomia: mercado doméstico – e nosso país já consome sim, tem potencial de consumir ainda mais o hidrogênio, só que de fonte verde, hoje é de fonte fóssil  – e mercado para exportação”, acrescentou Tobias.  

O executivo ainda enfatizou que o país está no momento ideal para a solar se posicionar como parte da solução para se produzir hidrogênio de baixo carbono e a custo competitivo no Brasil. “Temos recursos eólico e solar muito bons no Brasil. Poucos países possuem dois bons e que podem se complementar na modulação horária”.  

“Acho que isso nos dá, pensando em projetos híbridos, como fotovoltaico com energia eólica e fotovoltaico com hídrica, um potencial de ser bastante competitivo. Temos também, por ser um país muito grande, particularidades regionais como biomassa competitiva e com volume. Portanto, o potencial é tremendo para nosso país numa visão de médio e longo prazo”, concluiu.

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.