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Homem morre eletrocutado durante instalação de sistema FV

Instalador, de 28 anos, estava no telhado de um estabelecimento comercial quando foi atingido por uma descarga elétrica
Instalador morre eletrocutado durante instalação de sistema fotovoltaico
Vitima sofreu parada cardíaca devido descarga elétrica. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Um homem, de 28 anos, morreu eletrocutado enquanto realizava a instalação de um sistema de energia solar, em Maringá (PR), no começo da tarde desta segunda-feira (9).

O homem estava realizando o serviço em cima de um telhado de um estabelecimento comercial quando sofreu uma parada cardiorrespiratória após receber uma descarga elétrica de aproximadamente 700 V, segundo informações do Corpo de Bombeiros. 

Os socorristas até tentaram reanimar o homem, mas não obtiveram sucesso. Um caminhão guincho ainda precisou ser usado pelas autoridades para retirar o corpo do alto da obra em construção

O local foi isolado para realização da perícia e as causas do choque elétrico ainda estão sendo apuradas pela Policia Civil. 

Mortes recorrentes

Infelizmente, essa não é a primeira vez que o Canal Solar notícia a história de pessoas que morrem durante a instalação de sistemas de energia solar. 

Na grande maioria dos casos, o óbito poderia ter sido evitado caso as normas básicas de segurança (NRs) fossem seguidas. 

Na semana passada, por exemplo, um jovem de 17 anos morreu depois de receber uma descarga elétrica em cima do telhado de uma casa em Ariquemes (RO). 

A vítima havia subido no telhado para ajudar um amigo a lavar um painel de energia solar, quando acabou pisando em uma calha que estava energizada por um fio desencapado.

Soluções para minimizar que novas mortes viessem a acontecer no Brasil por motivos relacionados a má instalação de sistemas fotovoltaicos ou pela falta de equipamentos de segurança foi, inclusive, motivo de debate na Câmara dos Deputados, em julho do ano passado. 

Números de acidentes elétricos

O número de acidentes elétricos registrados em 2022 deve aumentar significativamente no fechamento do anuário da ABRACOPEL (Associação Brasileira para a Conscientização dos Perigos com a Eletricidade).

A entidade está na finalização do levantamento, que traz dados anuais sobre o assunto e a expectativa é que os números do ano passado disparem na comparação com os de 2021.

De acordo com o último levantamento da entidade, o primeiro semestre de 2022 trouxe números preocupantes, com 949 ocorrências registradas.

Ao todo, foram 384 pessoas mortas entre janeiro e junho do ano passado, sendo a maioria delas (330) causadas por choque elétrico.

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

8 respostas

  1. Eu havia escolhido ter mão de obra própria para meus projetos, mas percebi que conatratar empresa de instalação com todos os requisitos preenchidos sai um pouco mais caro, mas dá uma segurança muito grande. Existem empresas que fazem somente a instalação.
    A ocorrência desses acidentes, no meu entendimento se dá por 3 principais causas que não são excludentes: 1- ocorre na maioria dos casos em clientes residenciais que buscam preço, 2- instaladores não profissionais acabam atendendo este tipo de cliente, 3- empresas sérias acabam perdendo contratos por causa de 1- e 2- .

  2. vivencio essas situações de riscos todos os dias, concordo plenamente com a ausência de fiscalização pelos órgãos competentes, principalmente o CREA. Faço aqui um apelo pela intensificação da fiscalização e assim tentar reduzir situações que põe em risco vidas humanas que até por desespero se propõe realizar tais serviços.
    Luiz Mota Eng Eletricista

  3. Infelizmente não será o último acidente, aqui em Não-Me-Toque/RS venho há mais de 10 anos primando pela qualidade dos sistemas instalados, somente tecnologia alemã, mas proliferam as gambiarras de baixissima qualidade com profissionais sem formação adequada, é urgente que as pessoas optem por qualidade e não por preço !

  4. Tenho vinte anos de experiência no setor elétrico, imagino que esses acidentes acontece por conta da precoce qualificações dos profissionais, com o aumento da demanda no setor, colaboradores passam por treinamentos rápidos e são enviados para campo sem antes adquirir uma boa experiência para realizarem essas atividades que é de grande periculosidade.

  5. O que está ocorrendo no Brasil é que muitas empresas estão surgindo no Mercado sem muito preparo e qualificação dos empreendedores. A enxurrada de cursinhos de poucas horas de conteúdo sobre geração de energia elétrica, deixam a desejar. Demanda de trabalho com energia elétrica, precisa-se de profissional qualificado e com experiência na linha de frente.

  6. Alberto, trabalho na área e testemunho as mesmas observações que você fez , não há fiscalização e sim engenheiros assinado projetos remotamente, o CREA só emite e cobra ART, não tem atuado na área.

  7. Isso ocorre devido à falta de profissionalismo e de treinamentos de empresas que prestam serviço nessa área. Algumas práticas precisam ser coibidas. Uma delas é que empresas oferecem o serviço de homologação de projetos à distância. Eu sou engenheiro eletricista, trabalho na área e homologo os meus projetos. Visito os clientes e acompanho a execução. Mas alguns colegas engenheiros (visando apenas dinheiro) assinam projetos em todos os estados do país. Desta forma, é impossível acompanhar todas as obras, é impossível garantir que as equipes estejam devidamente treinadas, é impossível garantir que os procedimentos de segurança serão efetivamente adotados e é impossível assegurar que os materiais utilizados serão de qualidade. Esse (ir)responsáveis técnicos tem que ser devidamente identificados e punidos. É fácil rastrear. O sistema CREA/CONFEA é omisso em relação a tudo. Pagamos anuidades, pagamos uma ART a cada projeto, mas nunca recebi uma visita de fiscais do CREA nas minhas instalações. Já vi absurdos cometidos por diversas empresas, como o emprego de material inadequado, cabos de 750V expostos ao ar livre, sobre muros, sem a proteção de eletrodutos; sistemas sem aterramentos; trabalhadores em telhados sem qualquer EPI. Quantos acidentes mais terão que acontecer para que seja tomada alguma providência pelos órgãos de fiscalização?

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