O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta terça-feira (3) que o PIB (Produto Interno Bruto), a soma de toda a riqueza produzida no país, teve crescimento de 1,4% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre.
Em relação ao mesmo período de 2023, o crescimento foi de 3,3%. O destaque da economia entre abril, maio e junho deste ano ficou com o desempenho da indústria, com alta de 1,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro, seguida pelo setor de serviços, cujo crescimento foi de 1%.
O crescimento do PIB no período, contudo, fez com que o mercado aumentasse as apostas de que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deverá elevar a taxa Selic em 0,5 p.p (ponto percentual) na reunião deste mês, marcada para ocorrer nos dias 17 e 18 de setembro.
O movimento ocorre mesmo após a indicação clara do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que se um ciclo de aperto monetário no país for retomado, ele será gradual.
Caso as especulações do mercado se confirmem, a taxa básica de juros no país subirá dos atuais 10,50% para 11% ao ano, trazendo impactos para diversos setores da economia nacional, entre eles o setor de energia solar.
Bernardo Marangon, diretor da Prime Energy, empresa do Grupo Shell, explica que a alta do PIB, especialmente no setor industrial, geralmente é um sinal positivo de recuperação econômica.
No entanto, ressalta que isso traz consigo a possibilidade de um aumento na inflação, o que preocupa investidores e analistas.
“Com a inflação em mente, o mercado começa a especular sobre a necessidade de um ajuste na taxa Selic pelo Banco Central para conter um possível sobreaquecimento da economia”, destaca ele.
Para o setor de energia solar, um possível aumento na Selic significaria custos de financiamento mais altos para novos projetos, o que poderia desacelerar a adoção da fonte tanto por empresas quanto por consumidores residenciais, que dependeriam de crédito mais caro para investir na instalação de painéis solares.
“Assim, o setor deve se preparar para um ambiente de juros mais elevados, buscando alternativas de financiamento e estratégias que mitiguem esses impactos”, avalia Marangon.
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