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Mudanças climáticas e o impacto em projetos fotovoltaicos

Condições meteorológicas exercem influência direta desde o planejamento até a operação e a manutenção de usinas
Mudanças climáticas e o impacto em projetos fotovoltaicos
Foto: Divulgação

As condições meteorológicas exercem uma influência direta sobre o setor de energia, abrangendo desde os processos de planejamento de geração até a operação e manutenção de usinas hidrelétricas, parques eólicos e solares, assim como as empresas distribuidoras e transmissoras de energia.

Isso ocorre porque, tanto no Brasil quanto em grande parte do mundo, os ativos que compõem o setor elétrico estão suscetíveis às interferências provenientes do clima, tendo o vento, a água e o sol como elementos fundamentais na geração de energia.

Nesse contexto, até mesmo pequenas mudanças climáticas podem influenciar as variáveis meteorológicas, afetando, por conseguinte, o planejamento e a operação do setor elétrico nacional e de projetos de energia solar, uma das principais fontes renováveis do Brasil.

Ao longo do tempo, o clima – regime de precipitação, padrão de ventos e temperatura – pode se alterar ao longo das décadas, séculos e milênios. Essas mudanças podem ser resultantes de causas naturais, como alterações na radiação solar e movimentos orbitais, ou podem ser consequência das atividades humanas.

As mudanças por causas naturais ocorrem em uma escala temporal na ordem de séculos a milênios quando comparado com alterações antropogênicas, podendo ser intensificadas por atividades humanas.

Dentro do tema mudanças climáticas, surgem os termos aquecimento global e efeito estufa, que precisam ser compreendidos para tornar possível avaliar o impacto das mudanças climáticas no setor de energia.

O aquecimento global está relacionado à alta da temperatura média global do ar próximo à superfície e esse fator está relacionado com o crescimento das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.

Esses gases absorvem parte da radiação de onda longa emitida pela superfície terrestre após o aquecimento, causando aumento da temperatura. Esse processo é natural e essencial para a vida no planeta Terra, pois mantém a temperatura média do planeta em torno de 15°C.

Porém, em decorrência do crescimento exponencial da quantidade de gases emitidos para a atmosfera, a temperatura média global vem aumentando em uma taxa elevada.

Como o setor de energia impacta o clima?

O setor de energia possui um papel extremamente importante no combate à emissão de gases do efeito estufa, devido ao desenvolvimento e incentivo de geração de energia a partir de fontes renováveis e limpas, já que o setor é responsável por uma parte considerável das emissões de gases do efeito estufa, causado principalmente pela queima de combustíveis fósseis.

Ao mesmo tempo que as energias renováveis são fundamentais para a transição energética, elas dependem das condições meteorológicas, sendo afetada ou até mesmo reduzida drasticamente em algumas regiões devido a mudanças como mudança na frequência e intensidade das chuvas, alterações na quantidade de radiação solar que atinge a superfície e nos padrões de circulação de vento.

Além da geração da energia, as atividades de transmissão e distribuição também podem sofrer impactos negativos devido à alta da frequência ou intensidade de eventos de tempo severo, principalmente devido ao aumento da intensidade do vento em regiões alteradas pela ação humana.

Recentemente, diversas regiões do Brasil têm sofrido com mudanças repentinas de clima e sofrendo com a intensidade das chuvas e dos ventos, que resultam em queda de árvores, deixando consumidores sem fornecimento de energia, como aconteceu em São Paulo.

Como as mudanças climáticas influenciam no desenvolvimento de projetos fotovoltaicos?

As mudanças climáticas têm um impacto significativo no setor de geração solar, que é uma das fontes de energia renovável mais promissoras e amplamente adotadas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa.

Essas mudanças influenciam diversos aspectos do desempenho e da viabilidade da energia solar, moldando o cenário para a transição energética.

Um dos impactos mais evidentes é a variabilidade nas condições climáticas. Aumentos na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades e chuvas intensas, podem afetar a operação de instalações solares.

Inundações e tempestades podem causar danos físicos às infraestruturas dos parques solares, resultando em interrupções na geração de energia e custos adicionais de manutenção.

Além disso, as mudanças climáticas podem alterar padrões de radiação solar. Variações na cobertura de nuvens e na incidência de radiação solar direta impactam a quantidade de energia que as instalações solares podem capturar.

Essas flutuações podem influenciar a eficiência dos sistemas e afetar a previsibilidade da produção de energia, o que pode ser um desafio para a integração eficiente da energia solar na rede elétrica.

No entanto, é importante destacar que as mudanças climáticas também podem trazer oportunidades para o setor de energia solar. Por exemplo, o aumento da temperatura em determinadas regiões pode resultar em um aumento na demanda por sistemas de refrigeração alimentados por energia solar.

Além disso, a inovação tecnológica contínua pode levar ao desenvolvimento de tecnologias mais resilientes e adaptáveis às condições climáticas em evolução.

Em resumo, as mudanças climáticas apresentam desafios significativos para o setor de geração solar, exigindo adaptações nas estratégias de planejamento, design e gestão.

Ao mesmo tempo, essas mudanças também oferecem oportunidades para a inovação e o aprimoramento da resiliência das tecnologias, desempenhando um papel crucial na transição para um sistema energético mais sustentável.

No contexto desafiador das mudanças climáticas, empresas como a Climatempo têm desempenhado um papel fundamental na promoção da conscientização e na oferta de informações cruciais para o setor de geração solar.

Através de seu compromisso contínuo com a pesquisa meteorológica e a análise de dados climáticos, a Climatempo contribui para a segurança e eficiência das operações solares, proporcionando insights valiosos sobre as condições climáticas em constante evolução.

Seu sistema de monitoramento e alerta não apenas ajuda a mitigar os impactos adversos das mudanças climáticas nas instalações solares, mas também capacita os profissionais do setor a tomar decisões informadas e estratégicas.

Dessa forma, a Climatempo desempenha um papel crucial na construção de um futuro mais sustentável, onde a energia solar pode prosperar de maneira resiliente e contribuir significativamente para a matriz energética global.


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Lara Marques Vieira
Graduada em Ciências Atmosféricas pela Universidade Federal de Itajubá. Mestre em Meteorologia pela Universidade de São Paulo. Atualmente, trabalha na vertical de energia da Climatempo atuando como analista comercial e especialista solar auxiliando no desenvolvimento e aprimoramento de soluções meteorológicas para o setor fotovoltaico.

Uma resposta

  1. Oi Lara, bom dia. Me chamo Edir Figueiredo, tenho 75 anos, ainda em plena atividade. Sou engenheiro de produção mecânica com algumas especializações ao logo de minha vida profissional, dentre elas de educação sustentável. Estou trabalhando num artigo sobre condomínios inteligentes, gostaria de ter acesso ao seu trabalho de tese de seu mestrado pra ver se tem algo de meu interesse. Você me autorizaria.

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