Mulheres na energia: desafios e conquistas no setor renovável

Conheça grandes mulheres essenciais para impulsionar a inovação e o desenvolvimento das energias renováveis no Brasil
5 minuto(s) de leitura
Marina Meyer Falcão e Silla Motta. Foto: Canal Solar

Neste sábado (08) é comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data que simboliza a luta pela igualdade de gênero e é marcada pelo reconhecimento das conquistas femininas nos diversos setores da sociedade.

No setor de energias renováveis não poderia ser diferente, o Brasil está entre os três países que mais expandem sua capacidade solar e ocupa o 6º lugar no ranking de capacidade instalada eólica, de acordo com dados de 2024. Mas, apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios de gênero.

De acordo com dados da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável) e da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), apenas 16% da força de trabalho no setor de energia é composta por mulheres, ao mesmo tempo que apenas 5,55% delas ocupam cargos de liderança.

Apesar disto, a presença feminina é essencial para impulsionar a inovação e o desenvolvimento sustentável. Por isso, o Canal Solar entrevistou mulheres que têm se destacado e assumido papéis estratégicos no setor de energia, influenciando políticas, impulsionando inovação e assumindo gestões.

Conheça grandes mulheres do setor de energia:

Entre as profissionais reconhecidas como 100 mulheres mais influentes no setor de energia, estão:

Marina Meyer Falcão: advogada, mãe, presidente da Comissão Energia da OAB /MG e Sócia Área Energia no Manucci Advogados.

De acordo com Marina, o setor de energia historicamente tem sido dominado por homens, mas a participação feminina vem crescendo nos últimos anos.

A profissional afirma que há muitos desafios a serem enfrentados. “Muitas vezes, as mulheres enfrentam a necessidade de provar sua competência em um ambiente predominantemente masculino. A credibilidade pode ser questionada até que se demonstre profundo conhecimento técnico e estratégico”.

Outro ponto destacado são os eventos e fóruns técnicos que muitas vezes têm uma participação majoritariamente masculina, tornando mais difícil a construção de redes de contato e mentoria para mulheres.

“Além disso, o setor energético demanda dedicação intensa, viagens e longas jornadas de trabalho, o que pode gerar desafios adicionais para mulheres que conciliam carreira e família”, acrescenta ela.

Apesar dos desafios, o setor tem avançado com iniciativas de diversidade e inclusão, especialmente em áreas técnicas e de liderança. A advogada pontua o papel de redes de apoio como o grupo ‘Women in Energy’ e outras associações que vêm fortalecendo a presença feminina, promovendo mentorias e oportunidades.

Para Marina, mulheres que buscam ingressar ou crescer no setor de energia devem construir conhecimento sólido. “Dominar a parte técnica e regulatória é essencial para se destacar e ganhar credibilidade”.

“Busque mentorias e networking, pois se conectar com outras profissionais do setor ajuda a abrir portas e criar oportunidades. Seja protagonista da sua trajetória, não espere reconhecimento automático. Posicione-se, participe de discussões e faça sua voz ser ouvida”, recomenda.

Conforme a executiva, o setor está passando por transformações, uma porta para novas oportunidades para lideranças inovadoras e estratégicas. “Encoraje outras mulheres, a representatividade cresce quando há apoio mútuo e incentivar outras mulheres fortalece todo o setor”.

Silla Motta: fundadora e CEO da Donna Lamparina, participante do Pacto Global da ONU e mentora.

“Desde 1997, quando iniciei minha jornada no setor elétrico, enfrentei desafios comuns a muitas mulheres em um ambiente predominantemente masculino. Um dos principais obstáculos foi a necessidade constante de provar minha competência em um mercado onde, por muito tempo, as decisões eram tomadas majoritariamente por homens”, relata.

Ademais, Silla pontua que a falta de representatividade feminina em cargos de liderança tornou o caminho ainda mais solitário e criar conexões e conquistar espaço exigiu resiliência, conhecimento técnico e um posicionamento estratégico para ser ouvida e respeitada.

A profissional também enxerga que a participação feminina no setor energético, especialmente nas renováveis, tem crescido significativamente nos últimos anos.

“Isso se deve a um movimento global por maior diversidade e inclusão, além do surgimento de redes e iniciativas que incentivam o protagonismo das mulheres, como grupos de mentorias e programas de liderança feminina”, diz.

“Apesar dos avanços, ainda há desafios a serem superados, principalmente na equidade salarial e no acesso a cargos de alta gestão. No entanto, a transição energética trouxe novas oportunidades, e vejo cada vez mais mulheres liderando projetos, empresas e discussões estratégicas sobre o futuro da energia”, enfatiza.

Silla reforça que as mulheres do setor devem investir em conhecimento técnico e estratégico, pois a expertise é um diferencial importante. Além disso, reforça a importância de uma rede de contatos forte, participação de eventos, grupos e mentorias que possam abrir portas.

“Outro ponto essencial é ter coragem para ocupar espaços e se posicionar. Muitas vezes, as oportunidades existem, mas é preciso estar preparada para agarrá-las. E, por fim, sempre que possível, retribuam esse crescimento incentivando outras mulheres a entrarem e prosperarem no setor – juntas, conseguimos avançar muito mais”, conclui a profissional.

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Foto de Emily Castro
Emily Castro
Graduanda em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na produção de matérias para portais jornalísticos, rádio e podcasts. Também atua como produtora do Podcast Papo Solar e dos projetos Solar em 60 e Estude com o Canal.

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