As altas temperaturas registradas em novembro impulsionaram o uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado por todo o país e aumentaram o consumo brasileiro de energia elétrica em 11,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Segundo dados do Boletim InfoMercado Quinzenal, da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), foram 72.261 MW médios registrados no período. Em 2023, nenhum outro mês do ano tanto consumo por energia elétrica.
O aumento foi mais significativo no mercado regulado, no qual as residências e as pequenas empresas contratam eletricidade diretamente das distribuidoras. O segmento apresentou crescimento de 15,2% no comparativo anual.
A indústria e grandes empresas que estão no mercado livre apresentaram um avanço de 5,2%, influenciado tanto pelo calor quanto pela boa performance de setores como serviços e comércio.
Consumo de energia elétrica por ramo de atividade econômica
As maiores altas de novembro, na comparação com o mesmo período de 2022, foram observadas pela CCEE nos setores de serviços (16,2%) e comércio (14,1%).
“São ramos que, além do impacto da temperatura, com a necessidade de um uso mais intenso de equipamentos de refrigeração em shoppings, hotéis e supermercados, também usaram mais energia para garantir estoque para as festas de fim de ano. Apenas a indústria química e a fabricação de veículos tiveram carga menor, desafiados pelo mercado internacional”, destaca a CCEE.
Segundo o órgão, todos os estados do Brasil apresentaram alta no consumo de eletricidade em novembro, frente a igual período do ano passado. Destaque para o Espírito Santo (28,4%), Mato Grosso (28%), Maranhão (22,9%), Acre (19,3%) e Rio de Janeiro (19,2%).
Geração de energia
As hidrelétricas tiveram um dos melhores desempenhos do ano, entregando mais de 51.000 MW médios para o SIN (Sistema Interligado Nacional), avanço de 2,6% no comparativo anual.
As eólicas e solares também bateram recorde de geração no ano, produzindo, juntas, mais de 14.500 MW médios, complementando a oferta de energia no país.
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As usinas eólicas foram responsáveis pela produção de 11.372 MW médios em 2023, um aumento de 35,8% em relação aos 8.374 MW médios do mesmo período do ano anterior.
A produção de energia solar, por sua vez, registrou uma expansão de quase 90% na comparação entre os dois períodos: 1.656 MW médios em 2022 contra 3.134 MW médios em 2023.
Já as usinas térmicas aumentaram a sua participação em 23,5%, puxadas pela maior representatividade das usinas a biomassa, que usam a cana-de-açúcar como principal matéria-prima.
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