Preço das baterias deve cair mais rápido do que a da tecnologia FV

Marangon analisa que custo do armazenamento de energia será menor que a solução fotovoltaica
2 min 28 seg de leitura

“O processo de redução do custo das baterias vai ser mais rápido do que o da energia fotovoltaica”. Esta é a análise de Bernardo Marangon, especialista em regulação e mercado. Durante participação no webinário “Projetos FV com baterias são possíveis no Brasil?”, realizado pelo Canal Solar na última terça-feira (6), ele destacou a importância das baterias no setor elétrico brasileiro.

“Há cinco anos o preço de um projeto fotovoltaico era muito maior que hoje. É verdade que tivemos uma onda, ficou baixo e agora está um pouco mais caro em função do dólar. Porém, se olharmos para o passado, o preço caiu bastante”, apontou.

“Entretanto, a distribuição dos equipamentos não existia antigamente. Hoje, temos grandes distribuidores, temos muita concorrência, integradores e empresas. Portanto, a tendência de redução das baterias deve ser mais rápida que a solar”, explicou Marangon.

Ainda de acordo com o especialista, o interesse em ter tecnologias mais eficientes e modelos de negócio é muito alto. “Estamos nos antecipando e trazendo esse tema, pois acredito que, em pouco tempo, em todo o Brasil, fará sentido investir em baterias”, enfatizou.

Com relação às aplicações para grande porte, o executivo acredita ser necessária uma regulação para que se consiga remunerar melhor os serviços ancilares e ter uma viabilidade mais interessante, pois o que temos hoje é o PLD Horário, que começou a operar em janeiro deste ano.

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“Ainda não há uma grande diferença entre os patamares de carga, que é o famoso “comprar barato e vender caro”. Assim, durante o dia você tem que ter um delta que seja interessante para armazenar em algum momento e descarregar em outro”, disse.

Uso de baterias na geração centralizada

Ao longo do webinário, Bernardo Marangon ressaltou que o armazenamento também será muito importante para a geração centralizada. “O que temos visto no desenvolvimento de projetos de grande porte é uma escassez de fluxo de potência. Você olha uma conexão e tem mais de 10 GW de projetos fotovoltaicos competindo por essa conexão”.

“Então, se você tiver sistemas de baterias que consigam gerir melhor esse momento em que a solar está sendo gerada, você conseguirá aproveitar mais esses pontos de conexão e viabilizar novas energias”, enfatizou.

Ademais, discorreu que as baterias serão fundamentais para sair de uma matriz energética de combustíveis fósseis e transformar em uma matriz sustentável, que é o caso da mobilidade elétrica, por exemplo, que necessitará de investimentos em rede e em geração. “A bateria, neste caso, será essencial para conseguirmos aproveitar de forma excelente os ativos que já existem, tanto de transmissão quanto de distribuição”, concluiu.

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Foto de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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