Especialistas do setor de energia analisam transição do PLD Horário

Preço de Liquidação das Diferenças começou a operar em janeiro deste ano com granularidade horária
28-03-21-canal-solar-Especialistas do setor de energia analisam transição do PLD Horário

O PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) Horário, que começou a operar em janeiro deste ano com granularidade horária, está dividindo opiniões entre especialistas do setor fotovoltaico.

Para Rodolfo Castro, analista da Greener – empresa de consultoria e pesquisa – o PLD tende a beneficiar a fonte solar. Já Bernardo Marangon, especialista em mercados de energia elétrica e diretor da Exata Energia, afirma que a GD (geração distribuída) não é impactada. 

“No Brasil, o pico de consumo de energia tem ocorrido cada vez mais ao longo do dia. Esse comportamento faz com que os profissionais do segmento esperem valores mais elevados de PLD durante os horários de sol”, disse Castro.

“Assim, mesmo com sua imprevisibilidade, a adoção do mesmo é uma mudança regulatória que deve beneficiar a geração fotovoltaica”, destacou.

No entanto, segundo Marangon, o PLD não apresentou grandes diferenças entre horários, mesmo em momentos cuja carga é mais baixa, como, por exemplo, a madrugada. 

“Neste sentido, não há impacto para energia solar que participa do ACL (Ambiente de Contratação Regulado). Na teoria, o preço deveria variar em função da carga – em tal contexto o custo se comportaria de forma benéfica para a energia fotovoltaica, dado que atualmente um dos picos de carga se dá no horário no qual a solar gera mais eletricidade”, explicou.

“Para o futuro, caso a preocupação dos planejadores do setor se realize, a entrada de grande volume de solar em um determinado horário poderia causar uma diferença de preço negativa, prejudicando o fotovoltaico. Acredito que isto não deve se materializar, pois as soluções de armazenamento devem se viabilizar antes deste cenário”, apontou Marangon. 

O pesquisador da Greener também traçou perspectivas para os próximos anos e fez uma ressalva: “deve ser feita uma análise de risco a fim de considerar os potenciais impactos que essa mudança pode trazer em cada projeto e também em cada contrato. A constante exposição pode prejudicar os retornos e inviabilizar o projeto”, concluiu.

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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