Preço das baterias deve cair mais rápido do que a da tecnologia FV

Marangon analisa que custo do armazenamento de energia será menor que a solução fotovoltaica
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Preço das baterias deve cair mais rápido do que a da tecnologia FV

“O processo de redução do custo das baterias vai ser mais rápido do que o da energia fotovoltaica”. Esta é a análise de Bernardo Marangon, especialista em regulação e mercado.

Durante participação no webinário Projetos FV com baterias são possíveis no Brasil?, realizado pelo Canal Solar na última terça-feira (6), ele destacou a importância das baterias no setor elétrico brasileiro. 

“Há cinco anos o preço de um projeto fotovoltaico era muito maior que hoje. É verdade que tivemos uma onda, ficou baixo e agora está um pouco mais caro em função do dólar. Porém, se olharmos para o passado, o preço caiu bastante”, apontou. 

“Entretanto, a distribuição dos equipamentos não existia antigamente. Hoje, temos grandes distribuidores, temos muita concorrência, integradores e empresas. Portanto, a tendência de redução das baterias deve ser mais rápida que a solar”, explicou Marangon. 

Ainda de acordo com o especialista, o interesse em ter tecnologias mais eficientes e modelos de negócio é muito alto. “Estamos nos antecipando e trazendo esse tema, pois acredito que, em pouco tempo, em todo o Brasil, fará sentido investir em baterias”, enfatizou. 

Com relação às aplicações para grande porte, o executivo acredita ser necessária uma regulação para que se consiga remunerar melhor os serviços ancilares e ter uma viabilidade mais interessante, pois o que temos hoje é o PLD Horário, que começou a operar em janeiro deste ano. 

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Ainda não há uma grande diferença entre os patamares de carga, que é o famoso “comprar barato e vender caro”. Assim, durante o dia você tem que ter um delta que seja interessante para armazenar em algum momento e descarregar em outro”, disse. 

Uso de baterias na geração centralizada

Ao longo do webinário, Bernardo Marangon ressaltou que o armazenamento também será muito importante para a geração centralizada. “O que temos visto no desenvolvimento de projetos de grande porte é uma escassez de fluxo de potência. Você olha uma conexão e tem mais de 10 GW de projetos fotovoltaicos competindo por essa conexão”.

“Então, se você tiver sistemas de baterias que consigam gerir melhor esse momento em que a solar está sendo gerada, você conseguirá aproveitar mais esses pontos de conexão e viabilizar novas energias”, enfatizou.

Ademais, discorreu que as baterias serão fundamentais para sair de uma matriz energética de combustíveis fósseis e transformar em uma matriz sustentável, que é o caso da mobilidade elétrica, por exemplo, que necessitará de investimentos em rede e em geração.

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“A bateria, neste caso, será essencial para conseguirmos aproveitar de forma excelente os ativos que já existem, tanto de transmissão quanto de distribuição”, concluiu. 

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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